Miguel Nicolelis, neurocientista de expressão crítica, aponta para uma interface semitransparente do ChatGPT enquanto um cérebro humano orgânico contrasta com circuitos digitais que se desintegram ao fundo. Ilustração em estilo editorial que representa o debate entre inteligência biológica e artificial, com livros de neurociência em primeiro plano e elementos de dados se dissipando no ar.

O espelho vazio: a ilusão por trás da “inteligência” artificial

Maurício Moura

A recente euforia em torno dos sistemas de inteligência artificial reacendeu um debate fundamental: estamos diante de uma nova forma de consciência ou de espelhos vazios que apenas refletem nossos próprios dados? O neurocientista Miguel Nicolelis emerge com uma crítica devastadora: a IA não é inteligente nem artificial. Esta afirmação, longe de ser um mero jogo de palavras, representa um divisor de águas na compreensão do que realmente são essas tecnologias e dos riscos que representam para a cognição humana.

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Imagem em estilo apocalíptico mostrando um enorme data center futurista em formato horizontal, drenando os recursos do planeta. Tubos grossos extraem a última água de um rio seco e sugar energia do solo, que fica carbonizado e rachado. Cabos arrancam minerais e raízes da terra, enquanto o data center brilha com luz intensa e emite ondas de calor sob um céu poluído, em uma paisagem desolada de terra arrasada

Por que a Inteligência Artificial é inimiga do clima

Maurício Moura

A mesma tecnologia que promete salvar o planeta consome recursos em escala continental. Enquanto o Brasil consumia 508 TWh (Terawatt-hora) de eletricidade em 2022, os data centers globais demandavam 460 TWh, com projeções de ultrapassar 1.000 TWh em 2026, equivalente ao consumo anual do Japão 1. Esta contradição define nossa era: a Inteligência Artificial (IA) celebrada por seu potencial climático é também fonte de demanda energética explosiva e impactos ambientais ocultos.

O debate entre tecnófilos e tecnófobos é enganoso. A IA não é ferramenta neutra, mas campo de batalha técnico e político 2. Seu impacto final será determinado pelo modelo de sociedade e interesses econômicos que comandarem sua implantação. Enquanto a indústria de Tecnologias da Informação e Comunicação responde por 1,8% a 2,8% das emissões globais 1, a narrativa hegemônica a vende como salvadora verde. A disputa real opõe uma IA para transição ecológica popular e outra para acumulação verde de lucros.

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A inevitabilidade do viés no algoritmo: como Big Techs lucram com discriminação digital

Maurício Moura

Vivemos imersos em algoritmos. Das redes sociais aos sistemas de saúde, essas fórmulas matemáticas moldam nossa realidade digital. Mas há um segredo sujo: algoritmos não são neutros. Eles refletem preconceitos humanos e interesses corporativos, transformando discriminação em negócio. Neste artigo, revelamos como o viés algorítmico se tornou um produto rentável para Big Techs e o que podemos fazer para frear essa máquina de desigualdade 1.

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