Fernanda Favaro*
Muito se fala na Suécia como um exemplo de país onde o aborto é legalizado e tratado como deve ser – uma questão de respeito à liberdade e à saúde da mulher. O que pouco se sabe é que, por trás da legalização, que em 2015 completa 40 anos, há uma longa história de julgamentos morais, abortos clandestinos, mortes de mulheres e abandono de bebês que muito se assemelha ao cenário medieval que ainda vivemos no Brasil de hoje. Uma realidade que só se transformou após um longo e teimoso ativismo de feministas, militantes de direitos humanos e reprodutivos, políticos, jornalistas, estudantes de esquerda e classe médica.