Para dar dinheiro para empresários, governo ataca a Ciência e a Saúde Pública

Em 2006 a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde brasileiro se juntou ao Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo e à Organização Pan-Americana da Saúde para elaborar um guia para ajudar a população brasileira a comer melhor, dado o fato de que grande parte da população tinha deficiências nutritivas e doenças crônicas advindas de deficiências alimentares.

Nasceu assim o Guia Alimentar para a População Brasileira, que se tornou rapidamente uma referência mundial no que tange às políticas públicas para a Saúde baseada em evidências, ou seja, baseada no conhecimento científico.

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O surrealismo canalha da direita brasileira

A direita brasileira é surreal. Quase não dá pra saber se é mal-caratismo ou pura estupidez, mesmo.

Exemplos não faltam: é polícia dizendo que Bakunin era um “potencial suspeito” de organizar ações violentas no Rio de Janeiro em 2014. São promotores que não sabem a diferença entre Engels e Hegel. É uma vereadora do Rio de Janeiro que acha que a Venezuela é governada pelo Seu Madruga. São vários vereadores de várias cidades propondo projetos de lei para “proibir o Apocalipse”. Ou a socialite que vê uma bandeira do Japão e acha que é uma invasão comunista. Tem o deputado que acha que Bertold Brecht é personagem da Escolinha do Professor Raimundo e ainda tem o candidato a presidência que diz que ornitorrinco é da Amazônia…

Bom… Dois juízes sendo homenageados em uma casa de prostituição…

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‘Marxismo Cultural’: uma teoria unificadora para as pessoas de direita que gostam de posar de vítimas

 

* Jason Wilson

O que o colunista australiano Nick Cater, o grupo gamer de ódio #Gamergate, o atirador norueguês Anders Breivik e caras aleatórios no YouTube têm em comum(1)? Além de qualquer outra coisa, todos eles invocam o fantasma do “marxismo cultural” para explicar as coisas que eles desaprovam – coisas como comunidades de imigranes islâmicos, feminismo e, hmmm, o líder da oposição, Bill Shorten(2).

Do que eles estão falando? O conto varia na narrativa, mas a teoria de um marxismo cultural é parte integrante da vida de fantasia da direita contemporânea. Depende de uma história desses espelhos de parque de diversão, que reflete coisas que realmente aconteceram apenas para distorcê-las das formas mais bizarras.

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Ditadura militar brasileira perseguiu centenas de cientistas

A história de 471 cientistas perseguidos durante a ditadura militar foi pesquisada e, a partir de hoje (31), pode ser consultada no site do Projeto Ciência na Ditadura. Esta é a primeira fase do trabalho feito pelo pesquisador titular da Coordenação de História da Ciência do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) Alfredo Tiomno Tolmasquim e pelos professores Gilda Olinto e Ricardo Pimenta, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict).

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Acadêmico da CAPES nega projeto científico por divergências ideológicas.

Constantemente temos alertado para o crescente obscurantismo nas universidades brasileiras e para as constantes tentativas de destruição da universidade pública. Agora é a vez dos projetos de pesquisa sofrerem um absurdo ataque.

Um projeto envolvendo três importantes universidades públicas brasileiras acaba de ser negado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) porque o acadêmico responsável pelo parecer discorda ideologicamente da metodologia proposta. Em outras palavras, o preconceito obscurantista de um indivíduo condenou a busca do conhecimento levada a cabo por 19 professores universitários, 9 doutorandos, 15 mestrandos e 27 graduados da Universidade de Brasília, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte!

A justificativa? Para o consultor da CAPES, a contribuição do método científico materialista histórico-dialético é “duvidosa” (SIC). O tal “acadêmico” nega a contribuição de Florestan Fernandes, Octavio Ianni, Maurício Tragtemberg, Adriano Codato, Marilena Chauí e centenas de outros filósofos, economistas, cientistas políticos, físicos, astrônomos, historiadores, sociólogos, pedagogos, psicólogos e teóricos e acadêmicos de todas as áreas do conhecimento.

Isso é sintomático. As ciências humanas vem perdendo cada vez mais espaço na pesquisa acadêmica. A perspectiva crítica, a compreensão do mundo, a cidadania estão sendo jogadas no lixo em nome de uma pretensa melhoria técnica, ou seja, não interessa mais o porquê fazer, mas apenas o fazer em si. É a construção de uma academia que forme cada vez mais apertadores de parafuso e cada vez menos pensadores.

Com toda a razão, os pesquisadores criaram uma petição pública para denunciar a tentativa de destruição do pensamento crítico levada a cabo por setores governamentais e da comunidade acadêmica.

O Livre Pensamento declara seu total apoio aos pesquisadores. Assine a petição online.

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Deputado do PP paulista propõe lei para impedir o apocalipse

Enquanto o Estadão e vários “proeminentes” membros do conservadorismo liberal brasileiro andam por aí defendendo que o Estado tem que gastar menos com educação e deve privatizar a USP, o mundo real vem escancarar onde é que, de fato, é mal gasto o dinheiro do contribuinte brasileiro. O deputado “missionário” José Olímpio, do Partido Progressista de São Paulo apresentou no último dia 26/05 um projeto de lei (PL 7561/2014) que proíbe “o implante em seres humanos de identificação em forma de chips e outros dispositivos eletrônicos”.

Até aí, OK. Eu também não sou favorável a que alguém comece a rastrear os meus passos. A bizarrice começa é na justificativa do projeto.

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Vereadora do PSC defende assassinar a laicidade nas escolas de Curitiba

Vereadora Carla Pimentel (PSC) vereadora Carla Pimentel (PSC) acaba de propor uma lei na cidade de Curitiba que institui a leitura da Bíblia cristã como conteúdo nas escolas públicas e particulares da cidade.

A proposta foi feita na última quarta-feira (28/05) e, segundo a autora, tem cunho “educacional e não religioso” pois, para a a vereadora do PSC, a Bíblia cristã é um livro científico!  “A minha intenção com a lei é que o livro seja usado para a pesquisa, já que é rico em informações científicas, culturais, arqueológicas. Incentivar essa leitura vai contribuir para a formação de cidadãos de bem e, no futuro, construir uma sociedade mais humana e justa”.

Ora, a “ilustre” Carla Pimentel está dizendo que quem não lê a Bíblia cristã ou professa outras religiões não é um cidadão “de bem”? É menos justo?

No mínimo, preocupante.

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Deputados evangélicos e a defesa da tortura de crianças

Durante a discussão de lei que proíbe o tratamento cruel e degradante a crianças, o deputado da bancada evangélica Pastor Eurico (PSB-PE) ofendeu uma das debatedoras, a apresentadora Xuxa Meneguel, em uma tentativa de tumultuar a sessão e impedir a votação da matéria.

criança agredidaOntem foi aprovada na Câmara dos Deputados o PL 7672/10, proposto pela presidente Dilma Rousseff, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente, dando à criança o direito de ser educada sem tratamento cruel ou degradante. Em outras palavras: explicita que o espancamento e tortura física e psicológica a crianças é proibido.

Pode parecer até óbvio, mas a “lógica” de certas pessoas ultrapassa qualquer limite. Não é a primeira vez que deputados da bancada evangélica saem em defesa de agressores e estupradores de crianças, mas, desta vez, eles prometem “impedir a aprovação dessa lei”.

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O Julgamento do Macaco

O professor John Scopes

As tentativas de impor o obscurantismo através da força sempre permeou o poder, em especial quando a distinção entre Estado e Religião não estão claras. O exemplo mais conhecido disso foi a Idade Medieval, quando Igreja e Estado eram umbilicalmente ligados e a Inquisição se encarregava de torturar e assassinar qualquer um que ousasse discordar dos dogmas estabelecidos.

Essa história todo mundo já ouviu falar, mas ela não acabou por aí. Vários países ainda qualificam a discordância religiosa como crime. Grande parte da Europa tem leis contra a blasfêmia, embora a opinião pública da maioria dos países geralmente consiga impedir sua ação.

Recentemente, um funcionário público da Indonésia foi condenado a cumprir 2,5 anos na cadeia por ter escrito a frase “Deus não Existe” no Facebook (embora líderes religiosos defendessem a decapitação). No mesmo país, cinco adolescentes foram presas por dançar. O Instituto Pew Research Center constatou em 2010 que 5,2 bilhões de pessoas (75% da população do mundo) vivem em locais em que há restrições de crença.

No Brasil não é diferente, com professores obrigando alunos a rezarem e os constantes ataques promovidos pela Bancada Evangélica e os conservadores de plantão (como a PEC 99/11, que iguala o status das igrejas grandes a organizações da Sociedade Civil, como sindicatos e partidos).

Mas o que dizer quando a ciência é classificada como crime?

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