Apelo às organizações sindicais, populares e partidos comprometidos com a democracia e a defesa dos direitos humanos

No sábado, 13 de agosto, às 15h30, no bairro popular de Fort Nacional (Porto-Príncipe), na saída de uma reunião do Movimento de Liberdade, Igualdade dos Haitianos pela Fraternidade (MOLEGHAF), um grupo de homens armados assassinou covardemente Davidtchen Siméon, jovem militante de 23 anos da organização popular progressista MOLEGHAF, muito engajado na luta contra as forças de ocupação da ONU (Minustah), o imperialismo e a opressão dos trabalhadores pelo capital transnacional.

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Por que é urgente legalizar o aborto?

Kalinka Jezari

Segundo dados divulgados no final da primeira quinzena de janeiro de 2016 pelo Ministério da Saúde, mais de 3.500 récem-nascidos foram diagnosticados com suspeita de microcefalia, possivelmente relacionada ao vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue e da chikungunya.

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A própria polícia já sabe que o único objetivo da redução da maioridade penal é dar lucro para empresários

A Coligação dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro (COLPOL) é a entidade de classe que representa os policiais desse estado. Eles produziram um vídeo com vários policiais civis (entre agentes, comissários, delegados, oficiais e inspetores), todos com larga experiência, que se posicionam claramente contra a redução da imputabilidade penal.

Eles explicam que o grande problema hoje não é a violência praticada pelo adolescente, que é ínfima, mas a violência praticada contra o adolescente, já que o brasil tem um dos maiores índices de violência contra essa faixa etária no mundo.

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Conservadores estão a ponto de legalizar a prostituição infantil no Brasil

A união da Bancada Evangélica e da Bancada da Bala está a ponto de legalizar a prostituição infantil, a pedofilia e a venda de álcool e cigarros para crianças

A comissão especial da Câmara Federal que discute a Maioridade Penal acaba de aprovar o relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF) que reduz a maioridade penal no Brasil (PEC 171/93). Na sanha de aumentar os lucros de seus financiadores, os deputados conservadores do Congresso atropelam qualquer noção de humanidade e querem alterar a Constituição para que menores de idade não tenham mais proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente. Na prática, legalizam a prostituição infantil, a pedofilia e a venda de álcool e cigarros para menores de idade.

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Manifesto Contra a redução da maioridade penal

Se prender pessoas resolvesse os problemas da segurança pública seríamos o quarto país mais seguro do mundo. Isso porque temos a quarta maior população carcerária do planeta. De 1990 até hoje o Brasil aumentou em seis vezes o número de pessoas presas e esta realidade, em vez de diminuir a criminalidade, só fez aumentar a violência. Por mais que o fracasso desta medida seja óbvio, vemos agora uma proposta que quer que crianças e adolescentes sejam submetidos ao mesmo erro.

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O florescente mercado das “desordens psicológicas”

Surgido há 50 anos, o uso de antipsicóticos, a despeito de seus pobres resultados, tornou-se maciço na medicina psiquiátrica norte-americana. Na população geral, 1.100 pessoas (850 adultos e 250 crianças) se unem todos os dias à lista dos destinatários da ajuda financeira federal por motivo de problema mental severo

por Olivier Appaix

Criada em 2008, em Denver (Colorado), a empresa de exames médicos de imagem CereScan pretende diagnosticar os problemas mentais por meio de imagens do cérebro. Um documentário exibido no canal Public Broadcasting Service (PBS)1 mostra seu funcionamento. Sentado entre os pais, um menino de 11 anos espera, silencioso, o resultado da IRM2 de seu cérebro. A assistente social pergunta se ele está nervoso. Não, ele responde. Ela mostra então as imagens à família: “Vocês estão vendo? Aqui está vermelho, e aqui, alaranjado. Mas deveria estar verde e azul”. Tal cor sinaliza depressão; outra, os problemas bipolares ou as formas patológicas da angústia.

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A construção do normal, do anormal e considerações sobre aprendizagem

O que é desvio? Por ora, digamos simplesmente que desvio consiste naquelas categorias de condenação e julgamento negativo elaboradas e aplicadas com sucesso por alguns membros da sociedade a outros.
Peter Conrad

Como é possível distinguir o que é normal do que é anormal? Essa pergunta, que parece simples à primeira vista, deve receber muita atenção principalmente quando não nos satisfazemos com a naturalização que sofrem os fenômenos sociais hoje em dia. Mais ainda, quando estamos convencidos de que a normalidade não é um dado da natureza, mas um conceito construído socialmente.

O conceito de normalidade pode versar sobre três aspectos distintos: aquilo que está dentro das regras sociais, aquilo que é estatisticamente corriqueiro e aquilo que designa a distinção saúde/doença. É tranquilo, nos dias de hoje, em muitas camadas da população, pensar as regras sociais como construções históricas e políticas, que ganham sentido no interior de uma cultura. Nesse aspecto, é qualificado como normal tudo aquilo aceito numa dada sociedade, numa determinada época. O mesmo se passa com a normalidade estatística, relacionada à dimensão de um evento, à sua ocorrência maciça. Ela é expressa em números que não carregam valor ou julgamento em si mesmo, cabendo às pessoas que estudam determinado evento julgar correlações possíveis ou classificá-lo em uma escala de normalidade. Sua atribuição de valor, portanto, é uma construção teórica e também histórica.

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Ritalina, a droga legal que ameaça o futuro

É uma situação comum. A criança dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias, se desliga da realidade. Os pais se incomodam e levam ao médico, um psiquiatra talvez.  Ele não hesita: o diagnóstico é déficit de atenção (ou Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH) e indica ritalina para a criança.

O medicamento é uma bomba. Da família das anfetaminas, a ritalina, ou metilfenidato, tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive a cocaína, aumentando a concentração de dopamina nas sinapses. A criança “sossega”: pára de viajar, de questionar e tem o comportamento zombie like, como a própria medicina define. Ou seja, vira zumbi — um robozinho sem emoções. É um alívio para os pais, claro, e também para os médicos. Por esse motivo a droga tem sido indicada indiscriminadamente nos consultórios da vida. A ponto de o Brasil ser o segundo país que mais consome ritalina no mundo, só perdendo para os EUA.

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Jovens judeus vivem ruptura com sionismo

Eles não apoiam o Estado de Israel. Mesmo vindo de famílias judaicas tradicionais, seus corações e mentes são solidários à causa palestina. Parentes e amigos reagem com rancor, mas este grupo de jovens rechaça as crenças sionistas

Yuri Haasz, Elena Judensnaider, Shajar Goldwaser, Bruno Huberman e Bianca Neumann Marcossi gostam dos quadrinhos pró-palestinos de Joe Sacco e têm simpatia pelo polêmico “A Invenção do Povo Judeu”, de Shlomo Sand. Aplaudem filmes como “Lemon Tree” e documentários como “Defamation” ou “The Gate Keepers”, narrativas críticas ao Estado de Israel.

Para além de um repertório cultural pouco comum entre os judeus, os cinco chamaram atenção quando se reuniram, no dia 8 de julho, junto com outros colegas, para repudiar a ação militar de Israel na Faixa de Gaza. Diante do consulado desse país em São Paulo, ergueram cartazes de protesto que horrorizaram parte da comunidade judaica.

Estes jovens, em roda de conversa com Opera Mundi, relataram sua trajetória de contestação ao sionismo e a reação que sua atitude provoca entre familiares. Discutiram também o que é ser judeu no século 21, problematizando a proposta de dois Estados para dois povos e repensando a própria existência de um lar nacional judaico encarnado por Israel.

“Queremos deixar claro, em nossa condição judaica, que não compactuamos com a opressão ao povo palestino e o massacre de civis em Gaza”, afirma Yuri Haasz. “Israel não atua em autodefesa, mas com a intenção de ocupação territorial, para inviabilizar a criação de dois Estados.”

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“Não em nosso nome”: judeus do mundo se opõe ao apartheid israelense

Por toda a História do sionismo, sempre houveram judeus que se opuseram ao racismo pregado por essa corrente de pensamento inspirada no fascismo.

Em 1948, vários proeminentes cientistas e personalidades judaicas (incluindo Einstein e Hannah Arendt) publicaram um manifesto em que condenam as atrocidades do fascismo sionista. Outro judeu e um dos mais importantes historiadores do século XX, Eric Hobsbawm, também se manifestou contra o que ele chamou de “barbárie” do governo de Israel, alertando que a política sionista é inimiga do judaísmo.

Mesmo dentro de Israel, vários grupos de judeus (alguns com várias décadas de existência) tem se manifestado contra o massacre do povo palestino, como o Abnaa el-Balad (Filhos da Terra), Shministim (Formandos), Breaking the Silence (Rompendo o Silêncio), Anarchists Against The Wall (Anarquistas Contra o Muro), Boycott from Within (Boicote por Dentro), Combatants For Peace (Combatentes pela Paz). Lugares com grandes comunidades judaicas (como Nova Iorque) também concentram várias organizações judaicas contra o sionismo, como o Jewish Voice for Peace (Voz Judaica pela Paz), Neturei Karta (Guardiões da Cidade) e Jews for Justice for Palestinians (Judeus por Justiça para os Palestinos). Além disso, campanhas de denúncia do racismo do governo israelense e de deserção em massa do exército tem pululado por lá.

No ano passado, 100 mil judeus fecharam a Federal Plaza, em Nova Iorque, defendendo o fim do Estado de Israel e o estabelecimento de um só Estado multi-religioso e multi-étnico na Palestina.

Aqui no Brasil, judeus tem participado de todas as manifestações de suporte aos palestinos.

O antropólogo brasileiro Marcelo Gruman, que é judeu, escreveu um texto sobre a intensa propaganda praticada pelos sionismo para impingir sentimentos fascistas de racismo e ultranacionalismo na juventude desse povo. Leia:

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