Close-up realista de uma prensa hidráulica com um cifrão dourado esmagando uma cabeça humana. Da mente pressionada, extrai-se um fio neuronal dourado que é transformado pela própria máquina em um cristal bruto. Metáfora visual crítica sobre como o capitalismo neoliberal pressiona a saúde mental e depois mercantiliza o sofrimento através de pseudociências.

Ansiedade pós-pandemia e o negócio da pseudociência

Maurício Moura

A pandemia de COVID-19 expôs, de forma brutal, a fragilidade das estruturas sociais e a vulnerabilidade da mente humana diante da incerteza radical. O isolamento, o luto, o medo da doença e a instabilidade econômica global geraram um aumento alarmante nos casos de ansiedade e depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% apenas no primeiro ano da crise sanitária 1.

Em um cenário onde a saúde mental se tornou uma crise de grandes proporções, e onde os sistemas públicos de saúde frequentemente falham em oferecer atendimento adequado e acessível, surge um vácuo. E é nesse vácuo que floresce um mercado lucrativo de pseudociências, pronto para explorar a dor e a busca desesperada por soluções rápidas e milagrosas. O sofrimento psíquico, antes uma questão de saúde pública, é rapidamente transformado em mercadoria.

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