Governos atacam a educação. Livros queimados. Capitalismo de vigilância

Educação sob ataque sistemático

Maurício Moura

Os crescentes casos de perseguição a docentes em todo o território nacional revelam padrões preocupantes de censura pedagógica que demandam análise urgente1. Este fenômeno transcende episódios isolados, configurando um projeto articulado de cerceamento ao direito constitucional da liberdade de cátedra, com graves implicações para o futuro da educação pública.

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Conhecer a realidade para mudá-la

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“A primeira condição
para modificar a realidade
consiste em conhecê-la”

Eduardo Galeano

GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. Trad. de Galeano de Freitas, Rio de Janeiro, Paz e Terra, (estudos latino-americano, v.12), p. 187

Eduardo Galeano: Se Eu Fosse Palestino

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a escolher seus governantes.

Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou de forma limpa as eleições no ano de 2006. Algo parecido aconteceu em 1932, quando o Partido Comunista venceu as eleições em El Salvador.

Banhados em sangue, os salvadorenhos foram castigados por sua má conduta e, então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com péssima pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou.

E o desespero, a espera pela loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouco da Palestina.

Pouco a pouco, Israel a está apagando do mapa.

Os colonos invadem e depois deles os soldados vão restabelecendo a fronteira.

As balas sacralizam a remoção, como legítima defesa.

Não existe guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva.

Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha.

Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo.

Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel engole outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam.

Eduardo Galeano