Pelo fim da escala 6 x 1

O direito ao descanso como marco civilizatório

Maurício Moura

Em 1880, Paul Lafargue publicava O Direito à Preguiça, denunciando a obsessão das sociedades capitalistas pelo trabalho como uma loucura civilizatória1. Quase século e meio depois, o Brasil continua preso a esta mentalidade.

O atual debate sobre a escala 6×1 — seis dias de trabalho por um de descanso — demonstra a urgência da questão. Nesse sentido, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/25, protocolada em fevereiro de 2025, propõe redução da jornada para 36 horas semanais em quatro dias2 e abre espaço para repensarmos a importância do ócio como direito básico — e não como preguiça a ser evitada.

Este artigo examina como a lógica que vê o descanso como inimigo da produtividade está profundamente enraizada na nossa cultura e propõe desafiá-la.

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