Este artigo explora a luta palestina para além da narrativa tradicional de um Estado nacional, analisando o conflito sob uma perspectiva anticolonial e materialista. Demonstramos como o imperialismo moldou a ocupação israelense por meio de um projeto colonial de assentamento e examinamos alternativas para a autodeterminação dos vários povos da Palestina. Argumentamos que a solução de dois Estados é estruturalmente inviável devido à expansão contínua dos assentamentos e à lógica do capitalismo racial israelense. Defendemos um modelo de Estado único democrático e laico em toda a Palestina histórica, fundamentado no direito de retorno e na justiça social.
O impasse do paradigma “estadocêntrico”
A solução de “dois Estados” é amplamente defendida como a única saída para o conflito israelo-palestino. No entanto, essa proposta ignora a realidade material da Palestina: um projeto colonial de despossessão que persiste há décadas, sustentado pelo imperialismo e pelo capitalismo global12. Este artigo argumenta que a verdadeira libertação exige não apenas o fim da ocupação, mas a superação do modelo de Estado-nação burguês, propondo uma alternativa anticolonial e socialista que una árabes e judeus em uma luta comum contra a exploração.
A análise materialista exige desmistificar a narrativa hegemônica, transcendendo o discurso humanitário para examinar as estruturas econômicas e políticas que perpetuam a opressão. A dialética deste conflito revela uma tese colonial (o projeto sionista apoiado pelo imperialismo) e uma antítese (a resistência palestina), cuja síntese só pode ser alcançada através da descolonização radical.
Origens do colonialismo na Palestina
A compreensão do presente exige o exame das raízes históricas do colonialismo na região. O processo de colonização da Palestina foi moldado por forças imperiais que reconfiguraram o território para servir a seus interesses econômicos.
O imperialismo britânico e a gênese do projeto sionista
A Declaração Balfour de 1917, emitida pelo governo britânico, prometeu um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina, ignorando deliberadamente que a população árabe constituía mais de 90% dos habitantes3. Este ato não foi benevolência, mas cálculo dos países imperialistas para criar uma base estratégica no Oriente Médio pós-Império Otomano. O Mandato Britânico (1920-1948) implementou políticas que favoreceram a imigração sionista enquanto reprimia revoltas árabes, preparando o terreno para a Nakba.
A Nakba: limpeza étnica como fundação estatal
Em 1948, com a retirada britânica, forças sionistas implementaram o Plano Dalet, expulsando sistematicamente 750.000 palestinos de suas terras4. A destruição de mais de 500 vilas árabes não foi “efeito colateral” da guerra, mas estratégia consciente de limpeza étnica para criar um Estado pretensamente judeu. Os refugiados palestinos hoje somam 7 milhões, o maior grupo refugiado do mundo, mantido em campos por gerações5.
Sionismo, capitalismo e a expansão colonial
A relação entre o projeto sionista e o capitalismo global configura um sistema de exploração que transcende as fronteiras nacionais, criando hierarquias econômicas e raciais que perpetuam a opressão.
Sionismo: colonialismo de assentamento racial-capitalista
O sionismo operacionalizou-se como projeto colonial de assentamento, utilizando narrativas religiosas para justificar a expropriação material1. Sua relação orgânica com o capitalismo global manifesta-se na apropriação de terras como mercadoria e na transformação de palestinos em proletários subalternos.
Hoje, trabalhadores palestinos sofreram com as severas restrições impostas após outubro de 2023, resultando em uma queda drástica de palestinos empregados na força laboral israelense6, porém, aqueles que ainda trabalham recebem salários aproximadamente 53% inferiores à média nacional7 8.
Israel como “Forte Apache” imperialista9
A função geopolítica de Israel é a de posto avançado do imperialismo ocidental no Oriente Médio. Edward Said caracterizou-o como “policial regional”2, enquanto Noam Chomsky o definiu como “Estado-cliente”10. Esta aliança garante o controle de recursos energéticos e a supressão de movimentos nacionalistas árabes. Em 2022, Israel recebeu US$ 3.8 bilhões em ajuda militar estadunidense11, além de cooperação tecnológica-militar com potências europeias.
Economia política da ocupação
A ocupação gera lucros estratosféricos através de diversos mecanismos interligados. A indústria de segurança israelense exporta tecnologia militar testada nos territórios ocupados, faturando US$ 12 bilhões anuais12. Simultaneamente, corporações multinacionais exploram recursos naturais palestinos, especialmente na Área C da Cisjordânia que compreende 60% do território. Os 713.000 colonos judeus na Cisjordânia ocupam terras estratégicas com recursos hídricos, fragmentando o território palestino em 165 enclaves desconectados13.
Apartheid econômico e divisão racial
O racismo estrutural israelense cria hierarquias econômicas profundamente enraizadas. Árabes israelenses, que constituem 21% da população, possuem apenas 3.5% das terras estatais14. Judeus mizrahim (oriundos de países árabes) recebem salários 35% inferiores aos ashkenazim (europeus)15, enquanto trabalhadores beduínos no Naqab (Negev) enfrentam despejos sistemáticos para expansão de projetos de colonização16.
Resistência palestina: dialética da libertação
A resistência palestina manifesta-se em múltiplas formas, desde movimentos organizados até ações espontâneas de solidariedade de classe, revelando a complexidade da luta contra a ocupação.
Limites dos movimentos nacionalistas
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), inicialmente secular e pluralista, degenerou após Oslo em uma estrutura burocrática colaboracionista17. O Hamas, apesar da resistência à ocupação, promove agenda social conservadora e não oferece projeto emancipatório anticapitalista. Ambos fracassaram em transcender o paradigma estadocêntrico3.
Novas formas de luta: do BDS às greves históricas
Movimentos como o Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) emergiram como estratégia transnacional inspirada na luta antiapartheid sul-africana18, conquistando importantes vitórias simbólicas e econômicas. Porém, sua eficácia é limitada por operar dentro da lógica capitalista que pretende combater, focando em pressões de mercado sem questionar estruturalmente o sistema de exploração.
A verdadeira transformação exige ir além: greves históricas como a do Dia da Terra (1976) demonstraram o potencial revolucionário da ação direta da classe trabalhadora. Mais recentemente, mobilizações como a “Grande Marcha do Retorno” (2018-2019) em Gaza reuniram dezenas de milhares exigindo o direito de retorno19, mostrando que a mudança real só virá através da mobilização de base e da solidariedade internacional anticapitalista, que una trabalhadores palestinos, israelenses e globais contra o sistema que os oprime.
A solidariedade de classe como antítese
A resistência palestina é questão de classe global que transcende fronteiras nacionais. Em 2021, greves coordenadas de trabalhadores palestinos em Israel e territórios ocupados paralisaram setores-chave da economia, demonstrando o poder da ação operária unificada20. Organizações judaico-israelenses como “Combatentes pela Paz” atuam contra a ocupação, enquanto sindicalistas internacionais vinculam a luta palestina às greves por direitos trabalhistas, como ocorreu no transporte público britânico.
Greves e boicotes operários
O financiamento do genocídio palestino vem, principalmente da indústria de armamentos, do investimento do imperialismo estadunidense e da indústria de diamantes. O primeiro passo no sentido de garantir a vida da população da região é retirar esse financiamento. Várias ações estão sendo tomadas nesse sentido.
Os trabalhadores portuários de todo o mundo tem dado o exemplo. Há alguns dias, o Sindicato Geral dos Estivadores do Golfo de Fos, no sul da França, impediu o embarque de um carregamento militar francês fabricado pela Eurolink para Israel.21 22 No início deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores Portuários da Suécia (Svenska hamnarbetarförbund) aprovou o bloqueio de todo o comércio militar com Israel durante a guerra em Gaza23 24. Em outubro de 2024 foi a vez dos estivadores gregos impedirem o carregamento de munições25. Há vários outros exemplos, como Barcelona26, Marrocos27, Austrália28 e Estados Unidos29.
Auto-organização dos trabalhadores
Organizações sindicais binacionais tem surgido para organizar a luta dos trabalhadores tanto na Palestina quanto em Israel, como o WAC-Ma’an, mas isso não basta. É necessário construir um partido revolucionário israelo-palestino.
Desobediência civil
Há dezenas de exemplos nos territórios ocupados, mas há um crescente de ações de desobediência dentro de Israel. Um dos mais antigos é o dos Refuseniks, cidadãos israelenses que se recusam a servir no IDF ou a combater nos territórios ocupados, mas há mais.
Em 2023, o governo de Netanyahu tentou dar um golpe no Judiciário israelense, tentando passar uma lei que, se fosse aprovada, submeteria as decisões do judiciário ao governo30, além de extinguir a Ordem dos Advogados de Israel. Isso desencadeou formas inéditas de desobediência civil massiva em Israel: reservistas da Força Aérea, unidades de elite e até agentes do Mossad declararam publicamente recusa a servir sob um “governo ilegítimo”31, enquanto médicos em hospitais públicos iniciaram greves de advertência e setores tecnológicos paralisaram exportações32. O movimento adotou o lema “Sem democracia, não há exército”33, realizando 38 semanas consecutivas de protestos que bloquearam aeroportos, portos e rodovias estratégicas – incluindo a histórica ocupação da Avenida Kaplan em Tel Aviv por mais de 200 dias34 -, forçando temporariamente o governo a recuar35.
Esses exemplos trazem forte evidência de que as divisões identitárias fortemente propagandeadas pelo sionismo não são barreiras intransponíveis e podem ser suplantadas pela consciência de classe dos trabalhadores de ambas as nações.
Alternativas para o futuro dos povos
A busca por soluções viáveis exige ir além dos modelos tradicionais, propondo estruturas políticas que superem as limitações do Estado-nação capitalista.
A inviabilidade estrutural dos dois Estados
A contínua expansão dos assentamentos inviabilizou a solução binacional de forma irreversível. Colonatos controlam 42% da Cisjordânia com infraestrutura permanente13, enquanto Jerusalém Oriental está anexada com 220.000 colonos. Gaza permanece sitiada, com 81% da população em pobreza36, e a Autoridade Palestina controla apenas 18% da Cisjordânia, funcionando como polícia neocolonial17.
Para além do Estado-nação: um projeto descolonizador
A única alternativa de futuro para todos os povos da região é a instituição de um Estado único livre, laico, democrático e soberano “do rio ao mar”37 (em toda a Palestina histórica) e precisa ser baseado em quatro pilares fundamentais: direito de retorno incondicional para todos os refugiados palestinos; desmantelamento completo do sistema de apartheid; desmilitarização e desmonte do complexo industrial-militar; e reforma agrária radical com coletivização da terra expropriada. Esta visão ecoa as propostas históricas do movimento democrático unitário palestino38.
Esta transição exigirá a superação ativa das contradições materiais criadas pelo colonialismo:
- A burguesia colonial resistirá à devolução das terras que roubou
- O aparato militar sionista só será desmontado por força popular organizada
- A igualdade real requererá redistribuição radical de recursos
Necessidades materiais e transformação social
A construção de uma alternativa para a região só pode evoluir a partir da compreensão das necessidades materiais dos povos que ali vivem.
O direito à vida para todos os povos
A base de qualquer solução duradoura deve garantir existência segura e digna para judeus, árabes, cristãos, drusos, beduínos e samaritanos que vivem na Palestina histórica. Esta segurança material exige antes de tudo o fim imediato da ocupação militar e do regime de apartheid, condições fundamentais para qualquer coexistência13.
O direito de retorno como imperativo material
A realização concreta do direito à vida passa necessariamente pelo direito de retorno dos refugiados palestinos e de seus descendentes. Dos 7 milhões de refugiados registrados5, a maioria vive em condições precárias há gerações. Sua reintegração não é apenas questão moral, mas exigência material que demandará o reassentamento em suas regiões originais, a reconstrução de habitações e infraestrutura e a reparação econômica pelos bens expropriados.
Reforma agrária radical como pré-condição
O retorno massivo de refugiados só será viável mediante profunda reforma agrária que desfaça 75 anos de espoliação colonial. Essa reforma só será possível sob controle dos camponeses, que são os únicos em condições de decidir coletivamente como as terras serão novamente distribuídas, mas pressupõe a desapropriação da totalidade da terra ocupada, inclusive dos assentamentos.
Desmontagem do aparato repressivo
A reforma agrária esbarrará inevitavelmente na resistência violenta do Estado colonial. O complexo militar-industrial israelense (que fatura US$12 bi/ano12) mobilizará seu aparato para defender os privilégios coloniais. Por isso, a transformação agrária exige paralelamente a desmilitarização das forças de ocupação, o desmonte dos serviços de segurança e a desativação da indústria bélica.
Poder popular como única garantia
A experiência histórica prova que nenhuma classe dominante abdica voluntariamente de seus privilégios. A burguesia colonial israelense resistirá ferozmente às mudanças através de seu controle estatal. Portanto, as transformações necessárias só serão possíveis com a unidade da classe trabalhadora palestina e israelense e a criação por estes de conselhos populares que assumam as tarefas coletivas e que organizem o planejamento da produção.
A única conclusão possível: a necessidade da revolução
Esta cadeia de necessidades materiais – da segurança básica ao retorno, da reforma agrária ao desarmamento – demonstra uma verdade incontornável: a realização dos direitos fundamentais exige a destruição do Estado burguês sionista. Como ensinou Mahdi Amel, “o colonialismo não se desmonta por reformas, mas por revolução”39. A alternativa é clara: ou se avança rumo a um novo poder que garanta terra, pão e dignidade para todos ou se manterá o estado atual de opressão e genocídio.
Conclusão: revolução ou barbárie
A análise materialista demonstrou que a libertação palestina é impossível dentro dos marcos do capitalismo e do Estado-nação burguês139. As contradições expostas – entre o projeto colonial sionista e a resistência popular – só encontrarão síntese na destruição revolucionária do aparato estatal israelense e na construção de um novo poder popular.
Os dados são irrefutáveis: com 42% da Cisjordânia controlada por colonatos13, 81% de Gaza na pobreza36 e 7 milhões de refugiados impedidos de retornar5, a continuidade do status quo significa a perpetuação do genocídio em câmera lenta.
Como ensinou Mahdi Amel, “não há descolonização sem revolução social”39. Cabe a nós, livres pensadores e internacionalistas, transformar o grito secular do povo palestino – do rio ao mar37 – em projeto concreto de poder para dos trabalhadores, onde a terra seja coletiva, as fábricas autogeridas e a dignidade humana, finalmente, uma realidade universal.
Notas e referências
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- O termo “Forte Apache” é metáfora crítica que evidencia o papel de Israel como enclave militar do imperialismo. Remete às fortificações estadunidenses no Oeste durante a expansão colonial, que serviam como pontos de controle e dominação. ↩︎
- CHOMSKY, Noam. The Fateful Triangle: The United States, Israel, and the Palestinians. Haymarket Books: Chicago, 1999. ↩︎
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- STAFF, Toi. Protesters block roads in day of ‘escalating resistance’ as PM nixes Herzog proposal. The Times of Israel: 16 mar. 2023. ↩︎
- REUTERS. Netanyahu Delays Judicial Reform After Mass Protests, General Strike. 27 mar. 2023. ↩︎
- UNITED NATIONS OFFICE FOR THE COORDINATION OF HUMANITARIAN AFFAIRS. West Bank Monthly Snapshot – Casualties, Property Damage and Displacement. Mar. 2024. ↩︎ ↩︎
- A expressão “Do Rio ao Mar” se refere à área compreendida entre o Rio Jordão (a leste) e o Mar Mediterrâneo (a oeste). Corresponde à totalidade da Palestina histórica, que hoje inclui o Estado de Israel e os Territórios Palestinos Ocupados (Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e Faixa de Gaza). ↩︎ ↩︎
- BRITANNICA. Popular Front for the Liberation of Palestine. 10 jun. 2025. ↩︎
- AMEL, Mahdi. Arab Marxism and National Liberation. Brill: Leiden, 2020. ↩︎ ↩︎ ↩︎
