Ontopsicologia, Campo Semântico, Monitor de Deflexão, Em Si Ôntico: Pseudociência

Anti-intelectualismo: a farsa científica da ontopsicologia

Maurício Moura

A ontopsicologia, fundada pelo italiano Antonio Meneghetti na década de 1970, apresenta-se como “ciência da subjetividade humana” através de três pilares teóricos: In-Sé ôntico (núcleo psíquico “puro”), Monitor de Deflexão (mecanismo de desvio existencial) e Campo Semântico (comunicação telepática). Sua classificação como pseudociência é consensual entre as entidades profissionais de psicólogos, como o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-RS), que rejeitam sua base empírica e metodológica (OLIVEIRA, 2016; JORNAL NACIONAL, 2002). Este artigo analisa criticamente como essa corrente sintetiza tendências anti-intelectuais contemporâneas, apropria-se seletivamente de narrativas pós-modernas e replica estruturas autoritárias, configurando risco à integridade epistemológica e à democracia. A relevância social do tema radica na expansão global de movimentos pseudocientíficos que minam instituições democráticas e exploram vulnerabilidades socioeconômicas.

Contexto histórico-epistemológico

O anti-intelectualismo contemporâneo, definido por Hofstadter como “desconfiança da vida da mente” (HOFSTADTER, 1966), manifesta-se historicamente em contextos de crise política. Durante o macarthismo nos EUA (década de 1950), intelectuais foram associados a “subversão”, e Eisenhower ridicularizou-os como “pseudo-intelectuais que usam mais palavras do que o necessário” (HOFSTADTER, 1966, p. 23). Nos EUA, pesquisas indicam que apenas 36% da população confia nas universidades, cenário parecido com o brasileiro (KNOBEL, 2024), cenário fertilizado por discursos que equiparam conhecimento especializado a “elitismo”. A ontopsicologia emerge nesse caldo cultural quando Meneghetti, ex-padre católico, rompe com a Igreja e funda seu sistema na Itália (1971), transplantando-o posteriormente para o Brasil através do Recanto Maestro (RS). Seus “pilares científicos” conservam resíduos teológicos transfigurados: o In-Sé remete à “alma imortal”, o Monitor ao “pecado original” e o Campo Semântico a “revelações divinas” (MELO e BOTEGA, 2019) operando hibridização entre misticismo e jargão científico característica de pseudociências.

A crítica epistemológica evidencia a incompatibilidade com métodos científicos consagrados. Pelos critérios popperianos de falseabilidade, os conceitos ontopsicológicos não são falseáveis: não há experimento possível para refutar o “Campo Semântico” ou o “In-Sé” (POPPER, 2005). Quanto ao consenso científico, a ontopsicologia é rejeitada pelos conselhos profissionais de psicologia, sem publicações em revistas indexadas. Pela perspectiva lakatosiana, seu programa mostra estagnação teórica: em 50 anos, não gerou novas previsões ou descobertas, apenas reinterpretações de casos individuais (MOTA, FLORES, et al., 2003).  Adicionalmente, sua incoerência com neurociências é flagrante ao postular telepatia sem mecanismos neurais identificáveis, e sua incompatibilidade com estatística bayesiana decorre da ausência de modelos probabilísticos (CONSIGLIO REGIONALE DELL’ORDINE DEGLI PSICOLOGI DEL LAZIO, 2001). A autolegitimação ocorre através da Antonio Meneghetti Faculdade – AMF (anteriormente chamada Faculdade Antonio Meneghetti – FAM), que oferece cursos de graduação e pós-graduação em Ontopsicologia, estratégia que transforma credenciais acadêmicas em commodities enquanto contorna sistemas tradicionais de validação (MELO e BOTEGA, 2019).

Anti-intelectualismo estrutural

O anti-intelectualismo na ontopsicologia transcende posturas episódicas, configurando-se como arquitetura sistêmica que permeia sua organização doutrinária, prática institucional e modelo econômico. Esta seção desvenda sua operacionalização cotidiana através de três eixos interligados. Primeiro, a deslegitimação do conhecimento acadêmico manifesta-se na retórica que caracteriza universidades como produtoras de “modelos culturais estereotipados” (MELO e BOTEGA, 2019), ecoando o anti-intelectualismo histórico que associava academias a “torres de marfim desconectadas da realidade” (HOFSTADTER, 1966, p. 412). Segundo, o instrumentalismo radical opera através da máxima “conhecimento só vale se gerar lucro imediato”, reduzindo a educação a commodity. A AMF exemplifica essa lógica ao vender seus cursos como formas de “desenvolvimento econômico” e “autorrealização” (AMF), prática que Jason Stanley identifica como núcleo da tecnocracia autoritária: “uso de aparatos burocráticos para suprimir dissidências sob pretexto de eficiência” (STANLEY, 2018, p. 73). Terceiro, o culto ao autodidatismo glorifica Meneghetti como self-made man cuja “intuição ontológica” supera expertise formal, narrativa que sustenta indústrias paralelas como o coaching – onde apenas cerca de 2% dos praticantes possuem formação específica (JEFFS, 2025).

Complementando esses mecanismos, as estratégias linguísticas criam barreiras herme-nêuticas através de neologismos (ex.: “deflexão ôntica”) e tautologias (“o In-Sé é a essência do ser”), consolidando autoridade epistêmica arbitrária. Essa arquitetura anti-intelectual correla-ciona-se com o declínio global das humanidades (FARRELL, 2024), o que facilita a ascensão de mercados pseudocientíficos que tem projeção de movimentar USD 7,31 bilhões em 2025 (COACH RANKS).

Interfaces com o pós-modernismo e o autoritarismo

A ontopsicologia realiza apropriação seletiva de conceitos pós-modernos, esvaziando-os de seu potencial crítico. Essa ressignificação opera através de dois mecanismos complementares. O “Campo Semântico” (telepatia grupal) replica mitologias fascistas de unidade orgânica, onde dissidências são patologizadas como “deflexões” a serem corrigidas – ecoando a propaganda nazista sobre “corpos sociais saudáveis” (STANLEY, 2018). Paralelamente, a figura do “Fundador” (como os seguidores se referem a Meneghetti) espelha o conceito de Duce no fascismo italiano, concentrando autoridade epistêmica e moral.

A tecnocracia ontopsicológica materializa-se na gestão do Recanto Maestro (RS), onde hierarquias rígidas controlam desde práticas terapêuticas até relações patrimoniais. Relatos detalham “excomunhões” de membros que questionaram dogmas (MELO e BOTEGA, 2019), prática que Stanley associa ao fascismo: “supressão burocrática de dissidências para preservar poder oligárquico” (STANLEY, 2018, p. 89). Essa estrutura autoritária expande-se através de redes transnacionais, incluindo parceria com a Universidade Estatal Social de Moscou, que validou títulos de Meneghetti durante período de sanções internacionais à Rússia (HIDALGO, 2000).

Enquanto o pós-modernismo questiona verdades absolutas para ampliar vozes marginalizadas, a ontopsicologia usa o relativismo para invalidar críticas externas, criando um dogmatismo paradoxal onde todas as verdades são relativas, exceto a do “Fundador”.

A noção de “Campo Semântico” como controle telepático do grupo apropria-se da ideia foucaultiana de “biopoder”, mas inverte seu propósito crítico: em vez de expor mecanismos de dominação, naturaliza-os como “comunicação ontológica”.

Mecanismos de poder e expansão

A arquitetura de poder da ontopsicologia cristaliza-se no Recanto Maestro (RS), espaço físico projetado como monumento à autoridade de Meneghetti. Estátuas em tamanho real, afrescos que o retratam como figura messiânica e um museu hagiográfico compõem cenografia destinada a induzir submissão psicológica (MELO e BOTEGA, 2019)

Os cursos para CEO da AMF atingem a casa da centena de milhar de reais, enquanto terapias prometendo “cura do câncer em três sessões” (MELO e BOTEGA, 2019) configuram charlatanismo documentado pelo CFP: práticas não baseadas em evidências violam princípios éticos da psicologia (CFP, 2005). Empresários brasileiros, atraídos por promessas de vantagem competitiva, financiaram a expansão do complexo através de investimentos estimados em milhões de reais (MELO e BOTEGA, 2019). Essa rede transnacional inclui conexões com elites russas e uso de paraísos fiscais para gestão patrimonial, estratégias que Jason Stanley identifica como típicas de movimentos autoritários contemporâneos: “capitalismo de compadrio que funde interesses econômicos e controle ideológico” (STANLEY, 2018, p. 112).

Análise retórica da ontopsicologia

Defensores da ontopsicologia mobilizam três eixos retóricos principais, todos epistemicamente frágeis. O argumento da “ciência alternativa” alega perseguição pelo “establishment científico”, porém falha em explicar por que seus postulados resistem à a todas as formas de balizamento científico (falseabilidade, consenso científico, programa progressivo etc.). A alegação de “intuição superior” atribui a Meneghetti acesso cognitivo privilegiado, constituindo petição de princípio não verificável. Já a ênfase em “resultados práticos” baseia-se em falácia anedótica, como casos de sucesso empresarial sem grupo controle ou avaliação metodológica (MOTA, FLORES, et al., 2003).

A análise retórica revela ainda estratégias de evasão: quando confrontada com ausência de publicações em revistas indexadas, a ontopsicologia cria periódicos próprios (ex.: Acta Ontopsicológica) sem revisão por pares externa. Seus textos utilizam profusão de neologismos (“ressonância ôntica”, “deflexão existencial”) que funcionam como cortina de fumaça conceitual, obscurecendo incoerências internas. Essa prática assemelha-se ao que Orwell denominou “novilíngua”: linguagem projetada para impedir o pensamento crítico (STANLEY, 2018).

Impactos democráticos

A deslegitimação sistemática de instituições científicas e educacionais pela ontopsicologia alimenta uma perigosa cultura da desconfiança. Pesquisas mostram correlação entre exposição a discursos anti-intelectuais e ceticismo em vacinas (MOTA, FLORES, et al., 2003) – no Brasil, 22% da população recusou imunização contra COVID-19 por “desconfiança em especialistas” (ABRAMOV, ALVES, et al., 2023). O conceito de “Fundador”, figura incontestável que monopoliza a verdade, sintetiza o que Stanley denomina fascismo epistêmico: “lideranças que suprimem mediações democráticas alegando acesso privilegiado ao conhecimento” (STANLEY, 2018, p. 134).

A resistência institucional manifesta-se em ações como a Nota Técnica do CRP-RS (2019) que proíbe psicólogos de praticarem ontopsicologia, classificando-a como “violação ética”. Universidades públicas recusam parcerias com a AFM, enquanto o Ministério Público investiga práticas comerciais irregulares (MELO e BOTEGA, 2019). Entretanto, a erosão democrática é mensurável: o Brasil ocupa a 107º posição no Índice de Percepção de Corrupção (TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL, 2024) e 40% dos brasileiros desconfiam do Legislativo (STABILE e NICOCELI, 2024), indicadores que Hofstadter associava ao declínio do pensamento crítico: “sociedades que desvalorizam o conhecimento especializado tornam-se vulneráveis a demagogos” (HOFSTADTER, 1966, p. 398).

Conclusão

A ontopsicologia opera como metástase do anti-intelectualismo contemporâneo: apropria-se de linguagens pós-modernas para negar pluralismo, instrumentaliza o conhecimento para lucro imediato e replica mecanismos autoritários sob roupagem “científica”. Ao instrumentalizar o relativismo pós-moderno e a crítica ao establishment, cria uma epistemologia fechada onde só o “Fundador” detém a verdade.

Seus impactos transbordam o campo acadêmico, alimentando a erosão democrática através da cultura da desconfiança e da concentração de poder epistêmico. O combate a esse fenômeno exige ação coordenada: fortalecimento de órgãos regulatórios (como CFP e MEC), políticas públicas de educação midiática e exposição sistemática de suas estratégias retóricas. Como alertou Popper, sociedades que negligenciam a demarcação entre ciência e pseudociência acabam “colhendo irracionalismo e autoritarismo” (POPPER, 2005, p. 49).


Referências

ABRAMOV, D. M. et al. Inquérito online sobre os motivos para hesitação vacinal contra a COVID-19 em crianças e adolescentes do Brasil. Cadernos de saúde pública, 39, n. 10, 2023.

AMF. Bacharelado em Ontopsicologia. Antonio Meneghetti Faculdade.

CFP. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, 2005.

COACH RANKS. Accurate Coaching Market Size Data for 2024 & 2025.

CONSIGLIO REGIONALE DELL’ORDINE DEGLI PSICOLOGI DEL LAZIO. La formazione in psicoterapia dell’AIO non e’ qualificata. Notiziario dell’Ordine degli psicologi del Lazio, Roma, 2001. 63.

FARRELL, A. The decline of the humanities studies around the world is an enormous risk for humankind. Pressenza, 02 fev. 2024.

HIDALGO, G. S. Acerca de la ontopsicología. Revista de Psicología, Santiago, IX, n. 1, 2000.

HOFSTADTER, R. Anti-Intellectualism in American Life. Nova York: Vintage, 1966. ISBN 978-0394703176.

JEFFS, S. The Coaching Industry 2024: Deep Dive into Trends, Insights, and the Future. The Coaching Tools Company, 30 jan. 2025.

JORNAL NACIONAL. Um italiano acusado de homicídio ganha dinheiro no Brasil pregando o lucro a qualquer custo. YouTube, 26 fev. 2002.

KNOBEL, M. A falta de confiança na Educação Superior (e em outras instituições) nos EUA. Gama, 14 fev. 2024.

MELO, I.; BOTEGA, J. Recanto Maestro: como o ex-padre italiano Antonio Meneghetti ergueu um império no interior do RS. Zero Hora, 03 maio 2019.

MOTA, R. et al. Método Científico e Fronteiras do Conhecimento. 1. ed. Porto Alegre: CESMA, 2003.

OLIVEIRA, S. D. Nota de esclarecimento. Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, 14 dez. 2016.

POPPER, K. A Lógica da Pesquisa Científica. 2ª. ed. São Paulo: Cultrix, 2005. ISBN 978-8531612503.

STABILE, A.; NICOCELI, A. Datafolha: cresce desconfiança dos brasileiros no Congresso Nacional. G1, 27 mar. 2024.

STANLEY, J. How Fascism Works: The Politics of Us and Them. New York: Random House, 2018. ISBN 978-0525511830.

TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. Índice de Percepção da Corrupção. Transparência Internacional Brasil, 2024.

6 pensamentos sobre “Anti-intelectualismo: a farsa científica da ontopsicologia

  1. Desconfio muito desta psudociência em vários aspectos, percebendo cada vez mais o quanto pode ser nociva e perversa para uma pessoa fragilizada psicologicamente ou mesmo imatura. Recentemente soube de cursos desta doutrina direcionados para crianças de 10, 11 e 13 anos. Pessoalmente, acho bem perigoso, além de ser uma total perda de dinheiro. Interessante sua abordagem em relacionar essa picaretagem ao facsismo, mas, lembrando de obras como 1984 e Admiravel Mundo Novo até que faz sentido em alguma medida. Já vi professores e empresários misturando-a a filosofia classica e tradicional, relaizando verdadeira “desgraça intelectual”, como por exemplo, com Santo Agostinho entre outros. Fico de cara como a leitura se baseia em um único autor que via de regra só faz referência a ele mesmo, desconsiderando e deturpando toda a história da filosofia, da ciência e da humanidade. Tem guru, ceita e templo: “O fundador”, a Ontopsicologia e o Recanto Maestro. A todo psicólogo sério que falei a respeito, recebi a mesma indagação: Nunca ouvi falar, o que é isso?! E sim, o misticismo e viagem na maionese são gritantes e ridículos, como o tal campo semântico e a chamada “evidência”. E ao que me parece, literalmente descartam pessoas e relações que pensam diferente ou não se alinham a eles. realmente se intitulam de “uma cultura superior”. De fato isso remete ao fascismo. Todavia, o objetivo é só dinheiro, nada mais.

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    • Pois é… Eu li um dos livros do Meneghetti. Uma coisa é inegável: ele tinha uma enorme capacidade de falar, falar, falar e não dizer nada.

      A comparação com o fascismo tem a ver com o texto Ur-Fascismo (Fascismo Eterno) do Umberto Eco (veja minha resenha), onde ele elenca o que ele considera as características subjetivas dos vários fascismos. Algumas são características também presentes nos teóricos da pós-modernidade.

      Sobre o objetivo, lembre-se que todos os regimes fascistas nasceram para manter um status quo da burguesia como classe dominante. No fim, o objetivo também era só dinheiro.

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      • Exato! Ele fala e fala e não diz nada. Um engodo total enfeitado e da pior espécie. Eu tentei ler um deles, mas confesso que nem cheguei na metade de tanto asco que me deu. Creio que alguém sério com um mínimo de repertório terá a mesma opinião. Vejo também que o alvo principal do comércio desse pessoal é gente jovem, bem jovem, sem vivência nem bagagem literária alguma. Quem ler uma única coisa e sem experiência alguma geralmente tem muita certeza de tudo. Ainda mais se for seduzido come essa prosperidade toda e superioridade que promovem e prometem.

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        • Confesso que não fui capaz de ir até o final também… Os 50 livros que ele escreveu provavelmente caberiam em duas ou três laudas, se tirasse toda a enrolação. Mesmo assim não há nenhuma novidade no que ele defende, sendo requentado de outras seitas e pseudociências.

          Não sei se ainda existe alguma coisa desse seita fora do Brasil. Me parece que não. De qualquer forma, no Recanto Maestro e no que restou da seita no Brasil, me parece que eles focam no que chamam de “formação de líderes” (assunto que também é um poço de pseudociências).

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  2. Buscando a IA, ela chegou a conclusao que sim, no aspecto psicologoco e sociologico a ontopsicologia se asemelha e muito ao fascismo. Além do caráter de seita que é muito claro, quanto ao lado fascista, elencou em resumo aqui: o culto ao líder infalível, a superioridade em cima de quem não se alinha a eles e vários, vários, vários outros. Você abarcou bem esta relação. Pesquisei mais e cheguei a esta conclusão.

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    • Muito obrigado, Rodrigues.

      Há uma profusão de seitas New Age ligadas à extrema-direita (como o Pró-Vida Integração Cósmica). Todas profundamente ligadas ao negacionismo científico e pseudociências.

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