Mural 'O Homem na Encruzilhada' de Diego Rivera mostrando um homem central entre visões contrastantes de capitalismo e comunismo, com máquinas, trabalhadores e símbolos científicos ao redor.

O que realmente é esquerda e direita na política?

Maurício Moura

Enquanto think tanks neoliberais declaram obsoletas as categorias de esquerda e direita, a burguesia segue utilizando-as com precisão cirúrgica para dividir e conquistar. Esta não é uma discussão acadêmica, mas uma questão de autodefesa política da classe trabalhadora. Este artigo não busca reforçar rótulos, mas desvendar a anatomia de um conceito que, mesmo sob constante erosão, ancora-se em uma divisão material fundamental: a disputa pela organização da riqueza e do poder social.

A “faísca” que acende esta análise é uma contradição pungente: em um mundo à beira do colapso ecológico e da barbárie social, a discussão política é sequestrada por uma guerra cultural esvaziada, enquanto o eixo econômico que define a vida material da maioria é ofuscado. Desmontar essa armadilha exige entender de onde vieram, o que significam e como são instrumentalizados esses termos.

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A Revoada das Galinhas Verdes: 91 anos da batalha antifascista

Em 7 de outubro de 1934, a esquerda brasileira mostrou que a ação direta unificada pode derrotar o fascismo. O legado da Batalha da Praça da Sé, há nove décadas, é um manual de luta mais urgente do que nunca.

Maurício Moura

Hoje, completam-se 91 anos de um dos episódios mais emblemáticos da luta política brasileira: a Batalha da Praça da Sé, popularmente conhecida como a “Revoada das Galinhas Verdes”. Mais do que uma data histórica, o evento representa um marco tático e estratégico para as forças progressistas. Em um cenário de ascensão global da extrema-direita, a vitória antifascista de 1934 não é apenas uma memória, mas um manual de ação a ser revisitado. O que torna esse episódio, ocorrido há nove décadas, uma ferramenta analítica tão potente para decifrar os desafios do presente?

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Ur-Fascismo: a vigilância perpétua de Umberto Eco contra o autoritarismo

Maurício Moura

Umberto Eco, semiólogo e romancista italiano, deixou um legado intelectual que transcende as fronteiras da academia. Seu ensaio “Ur-Fascismo” (1995), escrito para o 50º aniversário da libertação da Europa, permanece uma ferramenta crucial para decifrar os autoritarismos do século XXI. Este artigo explora como as 14 características do “fascismo eterno” identificadas por Eco iluminam fenômenos contemporâneos como o trumpismo, o bolsonarismo e certas correntes do sionismo, revelando padrões inquietantes que desafiam as democracias modernas 1.

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