Critérios de demarcação científica. O que é e o que não é ciência

Demarcação científica: a ilusão da certeza no verificacionismo e na falseabilidade

Maurício Moura

O problema da demarcação científica, esse espinho cravado na carne da epistemologia desde os gregos, permanece tão atual quanto urgente. Em tempos de negacionismo climático, terraplanismo ressuscitado e medicalização seletiva, a pergunta “o que é ciência?” transformou-se de exercício acadêmico em arma de guerra cultural. O Círculo de Viena e Karl Popper ofereceram as respostas mais influentes do século XX, armados com a convicção de que a lógica e a empiria bastariam para traçar uma linha nítida entre conhecimento válido e superstição. Sete décadas depois, suas soluções mostram-se não apenas incompletas, mas perigosamente enganosas quando aplicadas como critérios universais.

Este artigo desmonta os alicerces desses modelos clássicos, demonstrando por que verificacionismo e falseabilidade falham redondamente como critérios absolutos de demarcação. Suas limitações não são meras curiosidades filosóficas: são falhas estruturais que perpetuam hierarquias epistêmicas, excluem saberes legítimos e instrumentalizam a ciência para projetos de poder. Nas trincheiras do debate público, onde se decide desde políticas de vacinação até currículos educacionais, entender essas limitações é questão de sobrevivência cognitiva.

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Limites da Ciência epistemologia fronteira do conhecimento

Limites do método científico: o que a ciência não estuda (nem quer)

Entenda as barreiras epistemológicas e técnicas da investigação científica

Maurício Moura

O método científico moldou nossa compreensão do universo desde a Revolução Científica, oferecendo um antídoto contra dogmas e superstições. Sua aplicação rigorosa permitiu desde a cura de doenças até a exploração espacial, consolidando-se como pilar do pensamento racional. Contudo, sua eficácia não equivale à infalibilidade.

Este artigo sustenta que o método científico é ferramenta indispensável porém delimitada, operando dentro de fronteiras que definem tanto seu poder quanto suas restrições.

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A fronteira entre a ciência e a não ciência

Demarcando o que é e o que não é ciência

O seguinte artigo foi publicado pela Revista Filogênese, da Unesp, no volume 3, de 2010. Escrito pelo graduando em Filosofia pela UFOP, Rafael d’Aversa, busca os limites entre a ciência e a pseudociência através da análise de dois filósofos da ciência: Karl PopperRudolf Carnap.

Carnap foi um filósofo alemão. Um dos mais influentes membros do Círculo de Viena e defensor do positivismo lógico (neopositivismo), negava a metafísica (que considerava inútil e sem sentido) e defendia o princípio da verificação.

Popper era um filósofo da ciência nascido na Áustria e naturalizado britânico. Ele contrapõe o critério da verificação (do positivismo lógico) pelo método da falseabilidade. Apesar de sua crítica ao Círculo de Viena, é comummente descrito como um positivista.

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