Diante da gigantesca onda de desinformação que varre o mundo sobre o atual surto do vírus Ebola, a World Federation of Science Journalists (Federação Mundial de Jornalistas Científicos), junto com várias entidades africanas, publicou um comunicado em que chama a atenção para a extrema necessidade de informar claramente à população e aos governantes para evitar más interpretações e pânico, destacando o importante papel de jornalistas especializados com conhecimento científico.
Leia a íntegra do comunicado:
O surto da Doença do Vírus Ebola (Ebola Virus Disease – EVD) no oeste da África destaca a necessidade urgente de fechar a lacuna na comunicação entre cientistas, jornalistas e comunidades.
Além do resultado devastador do Ebola, a comunicação ruim tem claramente aumentado a apreensão entre as pessoas, enquanto potencialmente semeia a confusão entre cientistas e jornalistas que cobre o surto.
Na maioria dos países do Oeste Africano, as autoridades estão incrementando os sistemas de vigilância epidemiológica. Essas medidas são acompanhadas por campanhas de mídia para informar e sensibilizar a população. Mas, pra serem eficazes, essas campanhas precisam também neutralizar a má informação que ainda se espalha em comunidades grandes e pequenas, rurais e urbanas. Desafortunadamente, essa desinformação está se espalhando e aumentando o risco de propagação da doença em toda a África Ocidental.
Em um mundo onde os recursos online e as mídias sociais são geralmente usadas como meios de alerta imediato, a necessidade de jornalistas científicos é cada vez mais crítica. Nós temos a profundidade da informação e uma gama de ferramentas necessárias para cortar o fluxo de rumores e alarmismos para prover informações que sejam verdadeiras, confiáveis e eficazes.
Nós entendemos a ciência que está por trás de histórias como a do Ebola. Anos de experiência nos treinaram para contextualizar, questionar e ligar informações vindas de profissionais da saúde e testemunhas oculares, de laboratórios científicos e políticos, e usar isso para criar uma história coerente e compreensível em uma linguagem atraente e útil para o público em geral.
O profissional jornalista científico combina habilidades de pesquisa, compreensão do método científico e história da ciência, com um faro para a verdade. Uma forte comunidade jornalística científica, que seja capaz de criticar e interpretar a informação de modo que possa ser útil na formulação de políticas e na vida diária, só traz benefício para a sociedade como um todo,
Como líderes de associações representativas de jornalistas científicos em todo o continente, conclamamos os governos e as organizações, tanto locais como internacionais, para reconhecer o valor de jornalistas de ciência e seu papel crítico na saúde pública. Nós pedimos que você apoie ativamente a orientação e desenvolvimento de um robusto, informado e treinado grupo de jornalistas científicos em toda a África para que, quando surgirem problemas como o Ebola, haja comunicadores qualificados capazes de interpretar e relacionar informações tanto o público quanto para os políticos.
Assinam:
- African Federation of Science Journalists
- Association Congolaise des journalistes scientifiques
- Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Bénin
- Association des Journalistes et Communicateurs Scientifiques du Burkina Faso
- Association des Journalistes Scientifiques du Niger
- Cameroon Science For Life
- Collectif des journalistes scientifique de Côte d’Ivoire
- Kenya Environment and Science Journalists Association
- Media for Environment, Science, Health and Agriculture
- Nigeria Association of Science Journalists
- Science Journalists and Communicators of Togo
- South African Science Journalists Association
- The Uganda Science Journalists Association
- Zimbabwe Environment and Science Journalists Association
- World Federation of Science Journalists
Twitter hashtags
Tradução: Maurício Sauerbronn de Moura
Veja isso!!
CurtirCurtir