Falácia existencial

Definição:

Uma forma padrão de silogismo categórico com duas premissas universais tem uma conclusão particular.

A ideia é que algumas propriedades universais não precisam ser instanciadas. Pode ser verdade que “todos os invasores serão alvejados”, mesmo se não há invasores. Pode ser verdade que “todos os trens sem freio são perigosos”, embora não haja trens sem freio. Esse é o ponto desta falácia.

Exemplos

  • Todos os camundongos são animais e todos os animais não são perigosos. Portanto, alguns camundongos são perigosos.
  • Nenhuma pessoa honesta rouba e todas as pessoas honestas pagam impostos. Por isso, algumas pessoas que roubam pagam impostos.

Prova

Suponha que as premissas são verdadeiras, mas que não há instâncias da categoria descrita. Por exemplo, em (a) acima, presuma que não há ratinhos, e, (b) acima, presuma que não há pessoas honestas. Isso mostra que a conclusão é falsa.

Referências

Copi and Cohen: 210


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Guia de Falácias Lógicas de Stephen Downes

Fonte: Stephen Downes Guide to the Logical Fallacies – Norm Jenson’s Mirror
Tradução, adaptação e notas: Maurício de Moura

3 pensamentos sobre “Falácia existencial

  1. Olá! O guia é ótimo! Obrigado!
    Entretanto há um problema na explicação da falácia existencial. É impossível entender a falácia a partir dos exemplos, eles não servem. Seria melhor seguir com o exemplo do trem mesmo. “Todos os trens sem freio são perigosos, portanto alguns dos trens que você vê circulando são perigosos”.
    Ou o exemplo do unicórnio, que é mais claro: “Todo unicórnio é um animal, portanto alguns animais são unicórnios”

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    • Olá, Gutavo.

      Obrigado pela dica. Como este guia é uma tradução, prefiro manter os exemplos originais, mas seu comentário permanecerá aqui como referência para futuros visitantes.

      Um abraço

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  2. Permite-me uma correção? No primeiro exemplo dado:
    Todos os ratos são animais e alguns animais não são perigosos. Portanto, alguns ratos são perigosos.
    NÃO há falácia existencial. Pois a segunda premissa “alguns ratos são universais” é particular. Para que haja a falácia existencial é necessário que as duas premissas sejam universais e a conclusão, particular. O que não aconteceu.
    O silogismo, no entanto, é inválido por desrespeitar a segunda regra: “O termo médio deve ser universal pelo menos UMA vez”. o que não ocorre, pois o M (animais) é particular nas duas premissas apresentadas.
    Cordialmente, Marck Silva.

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