A lista a seguir examina os principais textos de lógica e raciocínio crítico. Apesar de não ser um guia completo (poderia haver tal coisa?), deve fornecer um bom ponto de partida. Embora o material histórico esteja presente, eu tenho restrito seleções de livros publicados no século XX.
BARKER, Stephen F. The Elements of Logic. Fifth Edition. McGraw-Hill, 1989.
Barker é um dos pensadores pesos-pesados ??em lógica formal e seu livro é como ele. Para o resto de nós isso significa: denso e pouco esclarecedor. O livro cobre silogismos categóricos, as funções da verdade, quantificação, falácias e raciocínio indutivo.
BOOLOS, George; JEFFREY, Richard. Computability and Logic. Second Edition. Cambridge University Press, 1980.
Um fascinante olhar sobre a sobreposição entre a computação e a lógica. Vai fundo: começa com a Máquina de Turing, pondera sobre indecisão, indefinibilidade e incompletude, e termina com os teoremas de Ramsey. Pessoas que apreciam simbolismo vão amar este livro. Pessoas que pensam que são só rabiscos, vão odiá-lo. Recomendado.
BERGMANN, Merrie; MOOR, James; NELSON, Jack. The Logic Book. Second Edition. McGraw-Hill, 1990.
Esta é a introdução à lógica formal. Cobre sintaxe e semântica em cálculo proposicional e predicado. Introduz os conceitos de completude e decidibilidade. A segunda edição foi a primeira nova edição em dez anos, o que atesta sua estabilidade. Recomendado.
COHEN, Morris; NAGEL, Ernest. An Introduction to Logic. Harcourt, Brace and World, 1932, 1962.
Um texto tradicional, este livro examina silogismos categóricos e toca sistemas matemáticos e probabilidade. Em outras palavras, é uma mistura (muito) desconfortável de lógica clássica e moderna. Vale a pena olhar pelo seu valor histórico.
COPI, Irving M.; COHEN, Carl.Introduction to Logic. Eighth Edition. Macmillan, 1990.
Por vários anos, Copi foi o texto introdutório padrão e esta edição continua a tendência. Cobre lógica proposicional, silogismos categóricos e falácias informais. Uma nova edição aparece de tempos em tempos, o que é um inferno em lojas de livros usados. Copi é o mestre dos diagramas de argumento de círculos-e-flechas (que nunca realmente funcionaram, na minha visão). Textos introdutórios melhores apareceram nos últimos anos.
GIANELLI, A.P. Meaningful Logic. Bruce Publishing Company, 1962.
Este é um texto de lógica clássica com parágrafos numerados e foco tanto no universal quanto no particular. Tudo isso soa mal mas o autor é um escritor envolvente. Este livro não tem uso para alguém que precisa aprender lógica, mas é um tesouro para quem sabe e ama a disciplina.
GILBART, Helen W. Reading With Confidence. Scott, Foresman and Company, 1988.
Este é o tipo de coisa que está passando pelo “pensamento crítico” na educação nos dias de hoje. Este texto, muito básico, começa por olhar para as “idéias de controle”, transições, contexto, inferência, viés e preconceitos. É um objetivo nobre, mas é distorcido e em alguns lugares apenas errado. Não é recomendado.
HAACK, Susan. Philosophy of Logics. Cambridge University Press, 1978.
Este livro é uma leitura séria e não deve ser tentado sem uma boa base no assunto. Cobre teorias da verdade, paradoxos, lógicas clássicas e não-clássicas, problemas de lógica modal (incluindo lógica da relevância) e lógica polivalente. Fascinante.
HUFF, Darrell. How to Lie With Statistics. W.W. Norton, 1954.
Eu tenho a 38ª impressão, que deve ser um indicador da popularidade deste fino livro. Um clássico no tema e uma leitura obrigatória para qualquer pessoa que lê jornais ou revistas. Embora os exemplos sejam seriament edatados, o meterial não é. Por alguma razão, muitos dos truques Huff discute não são abordados em textos mais famosos. Recomendado.
HUGHES, G.H.; CRESSWELL, M.J. An Introduction to Modal Logic. Methuen and Co. Ltd., 1968.
Por vários anos, a introdução padrão à lógica modal, este livro é leitura obrigatória para qualquer um seriamente interessado em tópios avançados. Cobre tanto a lógica modal proposicional quanto a de predicados. Foi minha bíblia em 1987. Recomendado.
JASON, Gary. Introduction to Logic. Jones and Bartlett, 1994.
Um texto introdutório padrão, este livro cobre falácias informais e lógica proposicional. Ao invés de descrever a lógica categórica, ele trata o assunto (mais precisamente, do meu ponto de vista) como um ramo da teoria de conjuntos e a lógica das propriedades e relacionamentos. Os Métodos Mill são relegados a um apêndice – agora isso dói! Jason usa quadrados e círculos ao invés das usuais letras para apresentar as proposições em regras de inferência. Esse é uma tática que tem funcionado bem em minhas próprias aulas.
JAGER, Ronald. Essays in Logic From Aristotle to Russell. Prentice-Hall, 1963.
Contém seleções de Aristóteles, John Stuart Mill, Lewis Carroll (!), John Dewey, Bertrand Russell, Henry Veatch e Gilbert Ryle. Isto torna mais eclética, para dizer o mínimo, mas interessante a leitura.
JEFFREY, Richard. Formal Logic: Its Scope and Limits. McGraw-Hill, 1981, 1967.
Um belo livro e uma necessidade absoluta para qualquer estudante sério de lógica ou de computação. Pode ser usado como um texto introdutório, mas esta utilização não é recomendada. Enquanto ele se concentra totalmente na lógica dedutiva, suas nítidas definições e teoremas complementam o método tradicional (tabela verdade) de derivação, juntamente com árvores de verdade. Jeffrey é particularmente forte na abrangência e decidibilidade. Recomendado.
JOHSON, R.H.; BLAIR, J.A. Logical Self-Defense. McGraw-Hill Ryerson, 1983, 1977.
Este livro centra-se quase inteiramente em falácias informais e é destinado a um público que quer ler jornais mais criticamente. Um objetivo nobre, mas seu alcance limitado significa que um estudo da lógica será melhor servido por outros textos.
KAHANE, Howard. Logic and Philosophy: A Modern Introduction. Wadsworth, 1990.
Um texto introdutório padrão que cobre a lógica proposicional e silogística, indução e falácias . A parte cinco é ótima: discussões sobre a lógica modal, deôntica e epistêmica, juntamente com uma introdução aos sistemas axiomáticos.
KELLY, David. The Art of Reasoning. W.W. Norton, 1988.
Uma mistura muito atraente entre as formas formal e informal dos argumentos. Cobre definição, lógica proposicional e de predicados e raciocínio indutivo. Incorpora uma série de recursos gráficos efetivos, especialmente na discussão de definição (que precede a discussão de proposições, uma bem vinda mudança no que se tornou padrão ultimamente). Recomendado como uma bom primeiro texto de lógica.
MAYFIELD, Marlys. Thinking for Yourself: Developing Critical Thinking Skills Through Writing. Wadsworth Publishing Company, 1987.
Um texto muito informal que confia mais das estratégicas pedagógicas contemporâneas (como os “exercícios de descoberta” e mapas de memória). Um forte ponto de vista estadunidense do mundo permeia estre trabalho. Não recomendado.
POSPESEL, Howard. Introduction to Logic: Propositional Logic.Second Edition. Prentice-Hall, 1984.
Um excelente livro para ensinar, ilustrado com desenhos contemporâneos (de 1984) e exemplos da vida real. Utiliza a seta para representar o operador condicional ao invés da ferradura padrão. Recomendado.
PURTILL, Richard L. Logic for Philosophers. Harper and Row, 1971.
O livro é dedicado a Rudolf Carnap, um sinal de que o leitor deve esperar um forte formalismo. Purtill não desaponta. O livro cobre as lógicas proposicional, silogística, de classes e modal.
PUTNAM, Hilary. Philosophy of Logic. Harper, 1971.
Inebriante, atraente e Putman em sua melhor esposição, este livro é leitura obrigatória para os interessados em algumas das questões abaixo da superfície da lógica e, especialmente, o debate realismo-nominalismo. Não é para iniciantes.
QUINE, Willard Van Orman. Methods of Logic. Fourth Edition. Harvard University Press, 1950, 1959.
Um texto de quem tem autoridade. Quine foca inteiramente na forma dedutiva: verdadeira lógica funcional e quantificação. O simbolismo heterodoxo de Quine torna esse livro inapropriado para um iniciante. Essencial para estudantes da filosofia de Quine
RESCHER, Nicholas. Introduction to Logic. St. Martin’s Press, 1964.
O livro de Rescher constitui a base para Introduction to Logic, de Copy, e abrange, portanto, as formas silogísticas, falácias informais, a lógica proposicional e lógica indutiva. Um texto útil para os novatos, mas Copi é mais atualizado. Rescher é um dos meus autores favoritos.
SALMON, Merrilee. Introduction to Logic and Critical Thinking.Harcourt Brace Jovanovich, 1984.
Cobre rapidamente formas dedutivas, mas a maior parte do livro é dedicada ao argumento indutivo, condicionais, a confirmação de hipóteses e argumentos baseados em relações. Assim, tem um monte de material não abrangido por outros textos, mas não é para iniciantes.
Salmon, Wesley. Logic. Third Edition. Prentice-Hall, 1983.
Parte da amplamente conhecida (e muito cara) série Foundations of Philosophy, este este pequeno volume cobre dedução básica, indução e algumas questões de lógica e linguagem. Este não é um texto para aprendizado, já que não há exercícios. Na verdade, é difícil dizer por que ele foi escrito, exceto, talvez, para completar a série. Wesley Salmon é autoritário, este livro não é.
SCHAGRIN, Morton L. The Language of Logic: A Programmed Text. Random House, 1968.
Esta é uma boa idéia do que realmente não funciona. O leitor é guiado através de uma série de quadros e vai para quadros diferentes dependendo de como ele responde a perguntas. Muito parecido com hipertexto, só que mais lento. O livro nunca deveria ter sido impresso em Helvetica
SELLARS, Roy Wood. The Essentials of Logic. Revised Edition. The Riverside Press, 1925.
Este text de transição lembra trabalhos do século XVIII, mas tenta absorver a natureza da lógica formal e matemática recentemente descoberta no fim do século XIX e início do século XX. Para estudantes da história da lógica apenas.
SKYRMS, Brian. Choice and Chance: An Introduction to Inductive Logic. Dickenson, 1966.
Um agradável e compacto tratamento da mairia dos problemas da lógica indutiva. Inclui um tratamento prolongado (embora datado) do problema tradicional da indução, juntamente com um novo problema de Goodman
STEPHENS, William N. Hypotheses and Evidence. Thomas Y.. Crowell, 1968.
Como o título indica, este texto tem foco na indução, causalidade, hipóteses, teorias e evidência. Infelizmente, apareceu antes de vários recentes e importantes trabalhos na área e, assim, tem interesse histórico apenas.
THOMASON, Richmond. Symbolic Logic: An Introduction.Collier-Macmillan, 1970.<
Leitura obrigatória para qualquer estudantes de filosofia, matemática ou ciências exatas. É uma leitura mais fácil do que The Logic Book e provê uma intrudução completa para semântica, além da sintaxe, de formas de argumento padrão. Adicionalmente, Tomason cobre identidade, teoria dos conjuntos e indução matemática. Não é para iniciantes.
WESTON, Anthony. A Rulebook for Arguments. Hackett, 1987.
Este pequeno volume (93 páginas) serve como uma excelente introdução para iniciantes. O texto pesquisa o as formas de argumentação comum: argumentos por exemplificação, argumentos por analogia, etc. e mostra ao leitor como usar o argumento de forma adequada em ensaios. Recomendado.
YANAL, Robert J. Basic Logic. West Publishing Company, 1988.
Exatamente como o título sugere. Usa uma versão de diagramas de círculo e flecha de Copi (mas em vez de usar números, ele usa frases – uma grande melhoria). Cobre argumentos, lógica dedutiva e lógica indutiva. Medíocre.
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Guia de Falácias Lógicas de Stephen Downes
Fonte: Stephen Downes Guide to the Logical Fallacies – Norm Jenson’s Mirror
Tradução, adaptação e notas: Maurício Sauerbronn de Moura