Protocolo super bebê. Risco para a mãe e risco para o bebê

Protocolo Super Bebê: o que é, riscos e embasamento científico

Maurício Moura

Em meio a vídeos virais sedutores e promessas milagrosas, o chamado “Protocolo Super Bebê” emergiu nas redes sociais como uma tendência perigosa para gestantes. A prática, que promete elevar o QI e fortalecer o sistema imunológico do bebê por meio de megadoses de vitaminas injetáveis, foi amplamente divulgada por influencers e até mesmo alguns profissionais da saúde, gerando fascínio e preocupação. No entanto, por trás da aura de inovação e biohacking, esconde-se uma realidade alarmante: a completa ausência de comprovação científica e riscos graves à saúde materna e fetal. Entidades médicas de peso, como a Federação Brasileira das Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), emitiram alertas formais contra o protocolo super bebê, classificando-o como uma prática pseudocientífica que viola os princípios da ética médica e coloca vidas em perigo. Este artigo examina criticamente essa moda perigosa, detalha seus riscos reais e reforça a importância fundamental de um pré-natal baseado em evidências como único caminho seguro para uma gestação saudável.

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Coach vende neurobobagens educacionais

Neurobobagens: 10 mentiras “científicas” vendidas pelos coaches

Como o mercado da autoajuda pedagógica distorce neurociência e física para vender soluções mágicas na educação

Maurício Moura

Nossa educação está doente. Investimento ruim, desvalorização dos professores, plataformização e testes padronizados são fruto de uma política perniciosa de desmonte da educação pública. São emblemáticos os casos de São Paulo e Paraná, que estabeleceram uma política de censura e perseguição a professores que “insistem” em dar aula1. Esse contexto é ágar sangue2 para a proliferação de um exército de coaches autoproclamados “especialistas em aprendizagem acelerada”: oportunistas que transformam o caos institucional em mercado fértil para soluções mágicas e charlatanismo. Tais agentes operam como parasitas do sistema educacional, oferecendo curas milagrosas revestidas de jargões científicos que não compreendem. Seu modus operandi é simples: convertem conceitos como neuroplasticidade, física quântica e mindset em mercadorias de um bazar pseudocientífico, prometendo atalhos cognitivos inexistentes para problemas reais que eles mesmos ajudam a perpetuar.

A sedução desses discursos reside na apropriação perversa da linguagem científica: usam a aura da ciência para vender anticiência, explorando a vulnerabilidade de estudantes, pais e educadores em um sistema deliberadamente desassistido.

Este artigo expõe dez dessas alegações pseudocientíficas recorrentes, demonstrando como se alimentam das vulnerabilidades de estudantes, pais e educadores. Ao desmontar essas “neurobobagens”, revelamos não apenas sua inconsistência científica, mas também seu duplo dano: além de fraudar expectativas, desviam energia e recursos de soluções educacionais genuinamente baseadas em evidências.

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Cérebro aprendendo a pensar

Métodos lógicos: um guia para pensar melhor

Como identificar, aplicar (e questionar) as ferramentas que usamos para decifrar a realidade.

Maurício Moura

A forma como interpretamos a realidade nunca é neutra. Nossos julgamentos são constantemente filtrados por métodos de raciocínio que, muitas vezes, operam de forma invisível1. Este artigo busca mapear essas ferramentas intelectuais – da dedução clássica à abdução criativa – oferecendo um roteiro para seu uso consciente. Nosso objetivo? Demonstrar que dominar esses métodos não limita o pensamento, mas amplia nossa capacidade de navegar em meio à complexidade do mundo contemporâneo2.

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