Anistia Internacional condena ameaças do General Villas Boas

A Anistia Internacional acaba de lançar uma nota onde condena as ameaças proferidas pelo Comandante do Exército General Villas Boas e que foi ao ar no Jornal Nacional.

O mesmo General comandou a Missão do Exército no Haiti, que promoveu impunemente massacres do povo negro e pobre das periferias do País, o mesmo Villas Boas que pediu “garantias” para que os militares assassinem impunemente no Rio de Janeiro agora vem ameaçar o Tribunal Constitucional brasileiro falando dizendo ser “contra a impunidade”.

Veja a íntegra da nota:

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A tragédia da intervenção militar no Rio

Pânico, violência, desaparecimentos, execuções, saldo tenebroso para o povo fluminense da política do golpismo

* Francine Iegelski

No dia 15 de março, milhares saíram às ruas do Rio para protestar e pedir justiça para a vereadora do PSOL, Marielle Franco, e Anderson Pedro, o motorista que a acompanhava. Marielle havia denunciado, no dia 11 de março, PMs do 41º BPM da favela de Acari, reconhecido por ser o batalhão que mais mata no Rio, que, segundo relato de moradores, fizeram ameaças, fotografaram identidades, causando terror.

Neste dia 15, o povo que se ergueu contra este crime bárbaro não pode deixar de relacioná-lo à intervenção militar, apesar dos pedidos do próprio PSOL de não “politizar” o ato. Não, o grito contra essa situação de opressão e a expressão política de forças  democráticas e populares organizadas, num gesto de solidariedade e pedido de justiça, não são contraditórios à luta de Marielle e sua posição contra o racismo e a violência policial. Ao contrário! Um grupo de mulheres negras segurou a faixa “Não à intervenção. É pela vida de todas as mulheres” durante o comovente velório de Marielle na Câmara Municipal, vimos pichações nos muros contra a intervenção, a coluna do “Diálogo e Ação
Petista-RJ” ecoou com a voz de centenas de manifestantes a palavra de ordem “Não, não, não à intervenção”. No ato do dia 20 de março no centro do Rio, embora menor, também se viu e ouviu o grito contra a intervenção.

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Marielle Franco: executada como “aviso” político. Escolhida por ser mulher, negra e favelada.

* Samara Azevedo

Segundo o Atlas da Violência de 2017, um jovem negro no Brasil tem 2,6 mais chances de ser assassinado que um jovem branco. A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.

Marielle era negra e pobre.

4.621 mulheres foram assassinadas no Brasil no ano de 2015. 18 mulheres foram  assassinadas em Portugal de janeiro a novembro de 2017. Em um dia e meio de Brasil, mulheres são mortas na proporção que Portugal mata quase o ano todo.

Marielle era mulher.

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