Portugal: 40 anos de liberdade

Hoje, 25 de abril, é feriado nacional em Portugal. É o Dia da Liberdade. Neste dia se comemora o movimento social que derrubou a ditadura fascista portuguesa do Estado Novo que durou mais de quatro décadas e mergulhou o país em 13 anos de guerras nas colônias.

A unidade dos trabalhadores portugueses, seus estudantes e seus soldados foi tão grande que a revolução portuguesa terminou com poucos tiros disparados e apenas 4 civis mortos pela polícia política.

Para simbolizar essa unidade, os civis distribuíram cravos vermelhos aos militares, que os colocaram nas pontas das armas. Por isso, a revolução portuguesa ficou conhecida como Revolução dos Cravos.

A revolução culminou com a construção e a entrada em vigor da nova Constituição, em 25 de abril de 1976.

Várias músicas fizeram parte da revolução ou foram ligadas a ela como homenagem. Uma dessas músicas tornou-se símbolo desse movimento, Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso. Ela foi escolhida para ser a segunda senha para o arranque das tropas (a primeira foi E depois do adeus, cantada por Paulo de Carvalho).

Aos 20 minutos da madrugada de 25 de abril de 74, Grândola, Vila Morena foi tocada no programa Limite, na Rádio Renascença e iniciou as operações simultâneas em todo o país das tropas organizadas pelo MFA. Apesar de os militares pedirem para que os civis não saíssem às ruas, já na madrugada as ruas de Lisboa foram tomadas pelo povo, que confraternizou com as tropas, distribuindo cravos. O mesmo ocorreu por todo o país.

Várias regravações da música foram feitas posteriormente, como por Amália Rodrigues, Nara Leão e até pela banda punk paulistana 365.

Assim, quero oferecer essa linda música como homenagem a este dia tão importante para a história dos países lusófonos.

Continuar lendo

Revolução francesa

Babeuf e a igualdade entre os homens

Gracchus Babeuf, nascido François Noël Babeuf (1760 – 1797), foi um trabalhador francês que participou da Revolução Francesa e foi assassinado pela sua defesa da igualdade entre os homens.

Em 1789, no início da Revolução Francesa, participa da redação de uma lista de reivindicações do povo, onde defende a igualdade radical entre todos os seres humanos. Adotou o nome Gracchus em homenagem a dois irmãos romanos (Tiberius e Gaius Gracchus) que militaram em defesa da reforma agrária.

Babeuf defendia que não bastava a igualdade de direitos (perante a lei), mas era necessária a igualdade nas condições de vida das pessoas. Para alcançar tal intento, defendia a abolição da propriedade privada.

“Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é, para o povo e para cada porção do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres.”
Gracchus Babeuf

Após a queda de Robespierre e a contrarrevolução do termidor (que retornou a burguesia ao poder na França), Babeuf apoiou a criação de uma organização popular, conhecida como Conjuração dos Iguais. Os Iguais defendiam a igualdade efetiva, real, entre os homens na “comunidade dos bens e dos trabalho”, onde, todos teriam acesso aos bens produzidos por seu trabalho.

A Conjuração dos Iguais é considerada o primeiro partido socialista da história. O texto que apresento hoje é o programa desse partido. É o manifesto em que Os Iguais declaram seus princípios e seus objetivos e é a primeira declaração política de caráter socialista da história.

Continuar lendo