Em um posicionamento contundente, a Sociedade Brasileira de Genética (SBG) publicou um manifesto que questiona frontalmente as bases científicas do criacionismo, alertando para seus impactos no ensino e na formação acadêmica no Brasil. O documento, intitulado “O que a ciência tem a dizer sobre o criacionismo”, estabelece uma clara demarcação entre o domínio da fé religiosa e o campo da ciência experimental, reafirmando que a Teoria da Evolução por Seleção Natural — fundamentada em “evidências e dados experimentais” acumulados ao longo de 150 anos — constitui o pilar unificador das ciências biológicas contemporâneas. Ao destacar que explicações baseadas “na fé e crença religiosa” não integram o conteúdo das disciplinas científicas, a SBG posiciona-se contra a inserção de ideias criacionistas (incluindo o Design Inteligente) em escolas e universidades, defendendo que tais concepções, embora válidas como expressões teológicas, representam “pseudociência e obscurantismo” quando apresentadas como alternativas ao conhecimento científico. O manifesto surge como resposta à crescente divulgação dessas ideias no país e evoca figuras históricas como Galileu e Darwin para sublinhar a necessidade de proteger o ensino científico de interferências dogmáticas.