Coach vende neurobobagens educacionais

Neurobobagens: 10 mentiras “científicas” vendidas pelos coaches

Como o mercado da autoajuda pedagógica distorce neurociência e física para vender soluções mágicas na educação

Maurício Moura

Nossa educação está doente. Investimento ruim, desvalorização dos professores, plataformização e testes padronizados são fruto de uma política perniciosa de desmonte da educação pública. São emblemáticos os casos de São Paulo e Paraná, que estabeleceram uma política de censura e perseguição a professores que “insistem” em dar aula1. Esse contexto é ágar sangue2 para a proliferação de um exército de coaches autoproclamados “especialistas em aprendizagem acelerada”: oportunistas que transformam o caos institucional em mercado fértil para soluções mágicas e charlatanismo. Tais agentes operam como parasitas do sistema educacional, oferecendo curas milagrosas revestidas de jargões científicos que não compreendem. Seu modus operandi é simples: convertem conceitos como neuroplasticidade, física quântica e mindset em mercadorias de um bazar pseudocientífico, prometendo atalhos cognitivos inexistentes para problemas reais que eles mesmos ajudam a perpetuar.

A sedução desses discursos reside na apropriação perversa da linguagem científica: usam a aura da ciência para vender anticiência, explorando a vulnerabilidade de estudantes, pais e educadores em um sistema deliberadamente desassistido.

Este artigo expõe dez dessas alegações pseudocientíficas recorrentes, demonstrando como se alimentam das vulnerabilidades de estudantes, pais e educadores. Ao desmontar essas “neurobobagens”, revelamos não apenas sua inconsistência científica, mas também seu duplo dano: além de fraudar expectativas, desviam energia e recursos de soluções educacionais genuinamente baseadas em evidências.

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A melhor cura para a epidemia de fake news será leitores mais céticos

Novos algoritmos ajudarão – mas o ceticismo dos usuários é a melhor arma

* David Pogue

“Papa Francisco choca o mundo ao apoiar Donald Trump para presidente”, “Agente do FBI suspeito no vazamento de e-mails de Hillary encontrado morto em um aparente assassinato-suicídio”, “Rush revela o passado pervertido de MIchelle apos ela dar o fora em Trump”. Essas manchetes não vem do The New York Times ou da CNN, eles geralmente são escritos por adolescentes na Macedônia. Essas notícias falsas (fake news) foram escritas como caça-cliques, projetados para levar leitores aos sites de fake news, onde os adolescentes das Bálcãs fazem dinheiro vendendo anúncios.

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