Método indutivo ciência

Métodos científicos: método indutivo

Tudo o que pode ser considerado ciência utiliza, necessariamente, um método científico, ou seja, utilizam um conjunto de atividades sistemáticas e racionais que culminam na aquisição de conhecimento válido e verdadeiro. Esse método deve auxiliar as decisões do cientista, definindo os caminhos a seguir e detectando os possíveis erros.

A utilização de um método científico não se restringe à produção de conhecimento científico apenas. Podemos (e devemos) utilizar tais métodos em vários momentos de nossas vidas. Por exemplo: você aprende a fazer bolo de chocolate. Na primeira vez que você faz, ele não fica macio. Lendo a respeito, você descobre que uma das causas pode ser a falta de fermento. Na segunda tentativa, você aumenta a quantidade de fermento (experimentação) e o bolo fica bom.

Em outras palavras, qualquer problema que precise ser resolvido em qualquer momento de nossa vida pode ser resolvido utilizando o método científico.

Não há um só método científico. Com este artigo, inauguro uma sequência que pretende apresentar, além do método indutivo, o dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialético, além de apresentar os métodos científicos nas ciências sociais.

Leia também: Sobre porquê a ciência é a única forma de conhecimento que vale a pena.

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Neil DeGrasse, Neri Oxman, Neil Gaiman

Neil deGrasse e Neil Gaiman: a ciência e o “Deus das Lacunas”

Este vídeo é um trecho do evento Vision & Brilliance, do The Connecticut Forum. Esse evento junta especialistas em diferentes áreas para como “um tempo para imaginar e pensar sobre tecnologia, ciência, design e o futuro”.

Neste encontro, moderado pelo apresentador do programa radiofônico Where We Live, John Dankosky, foram convidados Neil deGrasse Tyson, Neil Gaiman e Neri Oxman.

Neil DeGrasse Tyson é figura sempre presente aqui. “O mais popular astrofísico do Universo”, é um cientista constantemente entrevistado em vários programas. Já se tornou parte da cultura popular. Virou até meme!

Neil Gaiman é uma figura da cultura pop e dos quadrinhos. Autor de Sandman, Stardust e Deuses Americanos, Gaiman é, além de um grande autor, um pesquisador das religiões.

Neri Oxman, que só aparece neste trecho, mas não fala, é designer com grande interesse em materiais e formas da natureza. É diretora do MIT Media Lab e é fundadora do laboratório de desing MaterialEcology.

Neste vídeo, deGrasse e Gaiman discorrem sobre o limite entre a ciência e a religião e sobre o argumento que tenta justificar a existência do divino a partir daquilo que não conhecemos “ainda”.

Veja também o texto de Michael Shermer: Como a crença em extraterrestres e no Design Inteligente são similares.

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O pensamento científico dá frutos

Sobre porquê a ciência é a única forma de conhecimento que vale a pena

“O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.”
Thomas Henry Huxley

A Ciência faz crescer a árvore do conhecimento em nossas mentesO pensamento científico é algo relativamente novo na história da humanidade. Suas bases começaram a ser desenhadas na Grécia antiga, quando os pensadores pré-socráticos começaram a substituir a crença nos mitos por explicações céticas para os fenômenos do mundo, mas o método científico só se torna realidade no século XVI.

Antes do surgimento do método científico, o conhecimento acumulado pelo ser humano era altamente empírico ou era simplesmente baseado em dogmas e tradições. A ciência permitiu ao homem produzir o conhecimento de forma mais coletiva e controlada, com menos perda de tempo e mais próximo da realidade.

Apesar de qualquer tipo de conhecimento ser capaz de chegar à verdade, apenas o conhecimento científico é capaz de negar a si próprio, ou seja, de perceber por seus próprios métodos que está errado, que não é a verdade.

O texto a seguir, é parte do livro Fundamentos da Metodologia Científica e identifica os quatro tipos de conhecimento e suas diferenças. Isso permitirá compreender melhor as diferenças entre o conhecimento vulgar, dogmático ou religioso do conhecimento científico.

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Revolução francesa

Babeuf e a igualdade entre os homens

Gracchus Babeuf, nascido François Noël Babeuf (1760 – 1797), foi um trabalhador francês que participou da Revolução Francesa e foi assassinado pela sua defesa da igualdade entre os homens.

Em 1789, no início da Revolução Francesa, participa da redação de uma lista de reivindicações do povo, onde defende a igualdade radical entre todos os seres humanos. Adotou o nome Gracchus em homenagem a dois irmãos romanos (Tiberius e Gaius Gracchus) que militaram em defesa da reforma agrária.

Babeuf defendia que não bastava a igualdade de direitos (perante a lei), mas era necessária a igualdade nas condições de vida das pessoas. Para alcançar tal intento, defendia a abolição da propriedade privada.

“Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é, para o povo e para cada porção do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres.”
Gracchus Babeuf

Após a queda de Robespierre e a contrarrevolução do termidor (que retornou a burguesia ao poder na França), Babeuf apoiou a criação de uma organização popular, conhecida como Conjuração dos Iguais. Os Iguais defendiam a igualdade efetiva, real, entre os homens na “comunidade dos bens e dos trabalho”, onde, todos teriam acesso aos bens produzidos por seu trabalho.

A Conjuração dos Iguais é considerada o primeiro partido socialista da história. O texto que apresento hoje é o programa desse partido. É o manifesto em que Os Iguais declaram seus princípios e seus objetivos e é a primeira declaração política de caráter socialista da história.

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A arte refinada de detectar mentiras

Este é mais um texto clássico de The Demon-Haunted World (O Mundo Assombrado pelos Demônios – A Ciência vista como uma vela no escuro), de Carl Sagan.

Desta vez, Sagan analisa uma série de “dicas” para detectarmos que uma afirmação é uma mentira (ou pelo menos que tem grandes chances disso). Explica rapidamente algumas falácias (grandes indícios da má fé do interlocutor).

É um texto importante para qualquer pessoa que deseje realizar debates com seriedade em busca do conhecimento verdadeiro.

Veja outros textos de Carl Sagan.

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O que é o Livre Pensamento?

Uma introdução à Federação Nacional do Livre Pensamento (França)

Mergulha suas raízes na Grécia Antiga (Platão), por meio da Idade Média (Villon), depois do Renascimento (Rabelais), triunfando com o Iluminismo do século XVIII e da revolução francesa, o Livre Pensamento tem sido o trabalho de todos aqueles que se recusaram verdades reveladas, impostas pelas autoridades e que uma vez se atreveram a levantar-se e dizer não ao obscurantismo e opressão.

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As teses de Marx sobre a filosofia de Feuerbach

Por volta do ano de 1845, Marx começava a formular sua crítica à filosofia alemã, tanto ao idealismo quanto ao materialismo contemplativo. Analisando as ideias do jovem hegeliano Ludwig Feuerbach (que já publiquei aqui), Marx formula ideias centrais a partir das quais ele evoluiria sua crítica.

Esse rascunho só chegou a ser publicado após a morte de Marx, quando Engels editou-as e publicou-as como um apêndice ao seu livro Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã. O texto original só ressurgiu em 1924 quando o Instituto de Marxismo-Leninismo de Moscou publicou A filosofia alemã.

Com este texto, continuamos nossa série sobre a gênese do pensamento materialista.

Aqui, Marx entende que não basta contemplar a matéria estática, como se fosse um quadro. É preciso entender que a realidade é a matéria em movimento, a interação entre os elementos e os indivíduos. Com essa compreensão, percebe que é necessário alterar esse mundo, alterar a realidade, alterar as interações entre os indivíduos conforme as necessidades reais das pessoas reais.

Porantim

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Beakman explica o método científico

O Mundo de Beakman (Beakman’s World) foi um programa que passava nos anos 1990 na TV Cultura de São Paulo. Com uma abordagem divertida e acompanhado de seu rato de laboratório Lester (Mark Ritts) e suas várias ajudantes, o Professor Beakman (Paul Zaloom) respondia cartas de telespectadores sobre vários temas da ciência, inclusive ensinando a fazer experiências em casa.

Neste episódio ele fala sobre o método científico. Vale a pena.

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O “neoateísmo” e a atualidade do Materialismo Militante

Ultimamente tenho visto muito se falar em “ateísmo militante” ou “neoateísmo”, termos ligados a aqueles que fazem propaganda ou defesa pública da visão cética, científica ou atéia do mundo. Têm-se dito que o zoólogo queniano Richard Dawkins seria o “pai” dessa linha.

Bom, minha compreensão é que não existe esse tal “neoateísmo”, já que o ateísmo nada tem de novo. Principalmente no que concerne ao ateísmo militante. Nessa defesa, publico abaixo um texto de 1922 em que Vladimir I. Lenin defende o ateísmo militante.

O texto foi originalmente escrito para ser publicado na revista Pod Znameniem Marksisma (Sob a Bandeira do Marxismo)  em seu número 3, mas acabou sendo publicado apenas em 1961 (V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii, Moscou : GIPL, 1961, Vol. 45, pp. 23 e s.).

Nadežda Krupskaja, esposa de Lênin, escreve um artigo na revista sobre a época em que foi escrito o texto. Segundo ela, Lenin acabara de ler diversos livros e brochuras sobre temas anti-religiosos como Die Christusmythe (O Mito de Cristo), de Arthur Drews, e Profits of Religion (Os Lucros da Religião), de Upton Sincler.

Em 1908, Gueorgui Plekhanov já havia tratado do assunto no livro Os Princípios Fundamentais do Marxismo.

No início, texto se refere a outro texto que já postei aqui (Atenção à Teoria),  publicado na edição número 1 da revista.

Esta versão foi traduzida por Asturig Emil von München. Optei por suprimir as notas do tradutor.

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A Comuna de Paris e a laicidade do Estado

Pra comemorar esses 142 anos da Comuna de Paris, publico este decreto proposto por  Félix Pyat e publicado em 3 de abril. Tal decreto é a fundação do Estado Laico, da separação entre a Igreja e o Estado e da verdadeira liberdade de consciência e culto.

A imagem acima é La Liberté guidant le peuple (A Liberdade guiando o povo), pintada por Eugène Delacroix em homenagem à Revolução Francesa. Hoje está exposto no Museu do Louvre.

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