Cidadãos israelenses acusam Israel de genocídio

Boycott from within é uma organização que reúne cidadãos de Israel que se opõe ao genocídio promovido por Israel contra o povo palestino através da defesa do boicote internacional a Israel. Se declaram contra todo tipo de racismo e opressão e defendem que o boicote é a maneira de apoiar a luta não violenta contra o fascismo do Estado de Israel.

Dezenas de grupos dentro e fora de Israel tem condenado o genocídio israelense (veja aqui), inclusive dentro do exército de Israel (veja aqui), com denúncias de racismo, misoginia, tortura, prisões ilegais e genocídio.

O grupo Boycott enviou a carta a seguir para o Escritório do Assessor Especial para a Prevenção do Genocídio das Nações Unidas e convida outros a fazerem o mesmo neste link:

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“Não em nosso nome”: judeus do mundo se opõe ao apartheid israelense

Por toda a História do sionismo, sempre houveram judeus que se opuseram ao racismo pregado por essa corrente de pensamento inspirada no fascismo.

Em 1948, vários proeminentes cientistas e personalidades judaicas (incluindo Einstein e Hannah Arendt) publicaram um manifesto em que condenam as atrocidades do fascismo sionista. Outro judeu e um dos mais importantes historiadores do século XX, Eric Hobsbawm, também se manifestou contra o que ele chamou de “barbárie” do governo de Israel, alertando que a política sionista é inimiga do judaísmo.

Mesmo dentro de Israel, vários grupos de judeus (alguns com várias décadas de existência) tem se manifestado contra o massacre do povo palestino, como o Abnaa el-Balad (Filhos da Terra), Shministim (Formandos), Breaking the Silence (Rompendo o Silêncio), Anarchists Against The Wall (Anarquistas Contra o Muro), Boycott from Within (Boicote por Dentro), Combatants For Peace (Combatentes pela Paz). Lugares com grandes comunidades judaicas (como Nova Iorque) também concentram várias organizações judaicas contra o sionismo, como o Jewish Voice for Peace (Voz Judaica pela Paz), Neturei Karta (Guardiões da Cidade) e Jews for Justice for Palestinians (Judeus por Justiça para os Palestinos). Além disso, campanhas de denúncia do racismo do governo israelense e de deserção em massa do exército tem pululado por lá.

No ano passado, 100 mil judeus fecharam a Federal Plaza, em Nova Iorque, defendendo o fim do Estado de Israel e o estabelecimento de um só Estado multi-religioso e multi-étnico na Palestina.

Aqui no Brasil, judeus tem participado de todas as manifestações de suporte aos palestinos.

O antropólogo brasileiro Marcelo Gruman, que é judeu, escreveu um texto sobre a intensa propaganda praticada pelos sionismo para impingir sentimentos fascistas de racismo e ultranacionalismo na juventude desse povo. Leia:

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O mundo se levanta contra o genocídio do povo palestino

Em Paris, mesmo com a proibição imposta pela prefeitura, 10 mil pessoas marcharam no último sábado (26/7) em defesa do povo Palestino. Em Lyon, mais 10 mil. Por toda a França, dezenas de protestos contra o genocídio promovido por Israel tem acontecido nos últimos dias. A cena se repete em Berlim e outras cidades da Alemanha. Na Áustria, um jogo de futebol de um time israelense foi interrompido por manifestantes. Em Portugal, Espanha, Bélgica, Inglaterra, Russia e em toda a Europa, o povo vai às ruas para defender o povo palestino do Holocausto promovido pelo Estado de Israel.

Outros protestos pelo mundo vão na mesma linha: Chicago e Los Angeles (EUA), Amã (Jordânia), Buenos Aires (Argentina), Dakar (Senegal), Teerã (Irã), Escópia (Macedônia), Sanaa (Iêmen), Cabul (Afeganistão), Tóquio (Japão), Nova Déli e Mumbai (Índia), Beirute (Líbano), Praga (República Tcheca), Atenas (Grécia), Peshawar (Paquistão), Dacca (Bangladesh). São milhares de exemplos.

Em toda Israel milhares também vão às ruas contra o genocídio. Nos Territórios Ocupados, nas Cisjordânia, o exército israelense abriu fogo contra mulheres e crianças que faziam um protesto, matando três e ferindo dezenas de manifestantes.

Em São Paulo, manifestantes simbolicamente rebatizaram a praça Cinquentenário de Israel, em Higienópolis, como Praça Palestina Livre. O bairro, tradicional da elite paulistana, tem forte presença judaica. Segundo a PM, os manifestantes apenas apresentaram filmes e leram poemas, mesmo assim, policiais efetuaram disparos com armas longas para dispersar a manifestação. Na Av. Paulista, 4 mil paulistas marcharam em apoio ao povo palestino.

Dezenas de cidades também mostraram a disposição de luta e solidariedade do povo brasileiro: Rio de Janeiro, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Maceió…

Milhões de seres humanos marcham sobre as cidades do mundo para dizer Não ao holocausto Palestino! Não ao genocídio! Não Apartheid israelense!

Ouça a música do rapper alagoano ZaZo para a Palestina:

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Eddie Vedder, Neil Young e Krist Novoselic engrossam coro de músicos contra o Apartheid em Israel

Eddie Vedder, vocalista da banda grunge Pearl Jam, engrossou o coro de músicos que se posicionam contra a violência racista promovida pelo governo de Israel.

Em um show na Inglaterra, Vedder fez um discurso em defesa do povo Palestino e condenando o genocídio desse povo:

“Juro por Deus, há pessoas que andam à procura de uma razão para matar, para atravessar fronteiras e ocupar uma terra que não lhes pertence. Deviam ir embora e preocupar-se com a sua vida. Todo mundo quer a mesma coisa: ter filhos, comer, procriar, fazer uma pintura, fazer arte, ouvir música, foder mais um pouco, ter mais um bebê, comer, trabalhar, comer, trabalhar, amar, amar, amar. Todo mundo é igual! Então porque é que andam em guerra? Parem com essa merda, agora! Não queremos dar-lhes o nosso dinheiro. Não queremos pagar impostos para vocês lançarem bombas sobre crianças”.

Vedder terminou o discurso ajoelhando-se e pedindo paz.

A reação da grande mídia israelense foi imediata. Apesar de Vedder não ter citado Israel nominalmente, o jornal The Jerusalem Post afirmou que o discurso é um “ataque anti-Israel”.

Dias depois, Vedder usou a página oficial do Pearl Jam para deixar bem claro que “continua anti-guerra”.

Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, fez como com Vedder: “Obrigado, Eddie Vedder, por reclamares a paz no nosso mundo”. Neil Young, na mesma linha, cancelou um show que faria em Tel Aviv, afirmando: “Esperemos poder tocar em Israel e na Palestina, em paz”.

Além deles, coro dos músicos que se levantam contra o Apartheid Israelense conta com nomes como Roger Waters (Pink Floyd), Tunde Adebimpe (TV On The Radio), Victor Vazquez (Kool A.D.) e Brian Eno.

Leia a íntegra da carta de Eddie Vedder:

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Maiores cérebros no mundo pedem embargo a Israel pelo fim do genocídio palestino

Alguns dos maiores cérebros do mundo, incluindo sete ganhadores do Prêmio Nobel, publicaram este mês no The Guardian um manifesto exigindo um embargo total de Israel, semelhante ao embargo ao Apartheid sul-africano nos anos 1970.

As assinaturas incluem acadêmicos, filósofos, músicos, cineastas, jornalistas e escritores, como o professor do MIT Noam Chomsky, que é judeu, o arcebispo anglicano Desmond Tutu (agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1984 pela sua luta contra o Apartheid na África do Sul), Adolfo Peres Esquivel (Prêmio Pulitzer em 2002), o historiador israelense Ilan Pappe, o ex-juiz da Corte Internacional John Dugard, Federico Zaragoza, ex-diretor geral da Unesco e várias outras personalidades.

O texto denuncia os 30 bilhões de dólares de ajuda militar que os EUA entrega ao regime fascista de Israel, bem como os bilhões em armamento exportados pela Europa a tal regime segregacionista. Denunciam, na mesma linha, hipocrisia de países como a China, Índia e até o Brasil que, mesmo com a política oficial de apoio aos palestinos, permite que suas empresas comercializem armas com Israel.

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Soldados israelenses se recusam a participar do genocídio em Gaza

Face ao genocídio promovido pelas forças militares de Israel, vários movimentos de resistência começam a surgir dentro das próprias forças armadas.

Desde 2013, vários drusos foram presos por se recusarem a participar das ocupações. Em março, sessenta jovens do ensino médio, com idades entre 16 e 19 anos, assinaram um manifesto declarando que se recusam ao alistamento e preferem enfrentar a cadeia a participar da ocupação do território palestino. Também em março, milhares de judeus ortodoxos marcharam em Jerusalém contra o serviço militar.

Agora, são 51 militares da ativa e da reserva que se levantam contra o Exército Israelense. Em um eloquente texto, denunciam a opressão, o incentivo ao preconceito racial (inclusive contra os próprios judeus árabes e africanos) e a perpetuação das desigualdades sociais e dos privilégios da elite.

Militarismo, ultra-nacionalismo, ódio racial, violência… O paralelo com o fascismo e nazismo são inevitáveis.

Leia a íntegra da carta dos militares:

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Ex-membro da inteligência militar de Israel defende estuprar as mulheres palestinas

Em entrevista ao programa de rádio Hakol Diburim da Radio Israel Bet, o Dr. Mordechai Kedar defendeu que estuprar as mulheres palestinas seria uma medida efetiva para amedrontar os combatentes desse povo. Mesmo quando o entrevistador Yossi Hadar respondeu que tal proposta “pega mal”, Kedar respondeu dizendo que “é a cultura” e “estamos no Oriente Médio”. E insistiu: “Eu estou falando da realidade: a única coisa que vai deter um atacante suicida – se ele souber que, se puxar o gatilho, sua irmã será estuprada”.

Kedar serviu 25 anos na inteligência militar de Israel, se especializando nos grupos islâmicos. Atualmente é investigador do Centro Begin-Sadat para Estudos Estratégicos da Universidad de Bar-Ilan. Essa é a mesma universidade onde estudava Yigal Amir, o militante de extrema-direita que assassinou Isaac Rabin (o motivo: ele negociou com os Palestinos, enquanto deveria simplesmente exterminá-los).

Além disso, Kedar é diretor do “Israel Academia Monitor”, um centro “neo-macartista” que policia os acadêmicos das universidades israelenses caçando qualquer acadêmico que não siga obedientemente as diretrizes do governo de Israel.

Com informações do Alternative Information Center (Israel) e da RTP (Portugal)

Eduardo Galeano: Se Eu Fosse Palestino

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a escolher seus governantes.

Quando votam em quem não devem votar, são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem saída, desde que o Hamas ganhou de forma limpa as eleições no ano de 2006. Algo parecido aconteceu em 1932, quando o Partido Comunista venceu as eleições em El Salvador.

Banhados em sangue, os salvadorenhos foram castigados por sua má conduta e, então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem. São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com péssima pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou.

E o desespero, a espera pela loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há anos, o direito à existência da Palestina.

Já resta pouco da Palestina.

Pouco a pouco, Israel a está apagando do mapa.

Os colonos invadem e depois deles os soldados vão restabelecendo a fronteira.

As balas sacralizam a remoção, como legítima defesa.

Não existe guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva.

Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha.

Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo.

Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel engole outro pedaço da Palestina, e os almoços continuam.

Eduardo Galeano

Um só Estado laico e democrático para palestinos e israelenses

Por centenas de anos os povos da Palestina viveram em paz uns com os outros, sejam beduínos, árabes, judeus ou cristãos. As permanentes ocupações estrangeiras construíram um povo multicultural, multireligiosa e multiracial. Foram egípcios, hebreus, assírios, babilônicos, persas, gregos, romanos, turcos…

A partir do Século IV, a maioria da população era cristã, que era a religião oficial do Império Bizantino, mas a presença árabe cresce muito a partir do Século VII.

O Império Otomano dominou toda a região (incluindo Síria e Líbano) por 400 anos, quando foi expulso pelos árabes durante a Primeira Guerra Mundial (pois era aliado da Alemanha). Com isso, a Liga das Nações entrega o controle da região para a Grã Bretanha e para a França. Também estabelece um acordo para facilitar a migração dos judeus para a região.

Acusando a Inglaterra de dificultar a migração dos judeus, os sionistas passam a patrocinar a formação de grupos paramilitares (alguns de orientação nazi-fascista) que começam a organizar ataques a civis, atentados a bomba e assassinatos dirigidos à administração britânica, mas principalmente com a intenção de dizimar o povo árabe residente na região. Vilas inteiras foram dizimadas, prisioneiros eram expostos e assassinados em praça pública.

Durante a Segunda Guerra Mundial os grupos paramilitares dão uma trégua, mas voltam com toda a força no fim da guerra. Em 1947 a Grã Bretanha entrega o problema à ONU, que dividiu a região em dois Estados: um exclusivamente judeu e outro árabe. O acordo que forçou essa resolução foi estabelecido em 1945 entre  Churchill, Roosevelt e Stálin.

Com a criação do Estado de Israel, os grupos paramilitares (que até então realizavam ataques a bomba e ataques a civis) se tornaram o serviço de inteligência e o exército de Israel.

A posição dos “dois Estados” (como estabelecido pela ONU) é a solução apontada tanto pelos sionistas trabalhistas quanto stalinistas, bem como as organizações de direita e extrema-direita (como liberais e fascistas). Por outro lado, a maioria das organizações e movimentos de esquerda, tanto em Israel quanto na Palestina, entendem que os quase 70 anos de experiência de tal proposta demonstram que ela só serviu para intensificar o massacre dos povos palestinos.

Entendem que a única saída é a constituição de um único Estado para todos os povos, sejam árabes, judeus, cristãos ou beduínos. Um Estado livre, laico, democrático e soberano.

Um desses movimentos é o Abnaa el-Balad (filhos da terra), um movimento secular nascido nas universidades de Israel que agrupa tanto palestinos quanto judeus, como Yoav Bar, que concede a entrevista a seguir.

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